Sem receber soro antiofídico a mais de 60 dias Sidrolândia só tem algumas doses para picada de Cascavel

02/08/2018 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

A Secretaria Municipal de Saúde informou que já não recebe o soro, para picada de nenhuma espécie de cobra, a mais de dois meses. Segundo o Secretário da pasta, Nélio Paim Filho, o problema é recorrente já a algum tempo, e que alguns fatores são colocados pelo Ministério da Saúde para justificar a falta dos produtos, como a falta de matéria prima e também a reforma de laboratórios credenciados para a produção do soro.

A falta do soro ocorre em todo o Brasil e se deve à baixa produção dos laboratórios credenciados ao Governo Federal, que acusam a falta de matéria-prima como principal motivo. Os soros são feitos pelo Instituto Butantã, em São Paulo, pela Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais, e pelo Instituto Vital Brasil, no Rio de Janeiro.

A produção é de total responsabilidade do Governo Federal, que deve repassar as Secretarias Estaduais, para que essas façam a distribuição aos municípios.

Existe um soro específico para cada gênero de cobra:

ANTIBOTRÓPICO, usado em casos de envenenamento por jararacas (Gênero Bothrops); 

ANTICROTÁLICO, usado em casos de envenenamento por cascavel (Gênero Crotalus);

ANTILAQUÉTICO, usado em casos de envenenamento por surucucu (Gênero Lachesis);

ANTIELAPÍDICO, usado em casos de envenenamento por corais (Gênero Micrurus) do grupo dos Elapíneos;

ANTIBOTRÓPICO/CROTÁLICO (antigo antiofídico), para os casos de picadas por jararacas ou cascavéis;

ANTIBOTRÓPICO/LAQUÉTICO, para as picadas por jararacas e surucucus.

Os soros são produzidos a partir da imunização do cavalo, injetando-se nele o veneno específico da cobra em períodos de dias alternados para que ele crie anticorpos. Ao final de mais ou menos 2 meses, faz-se a sangria do animal para verificar se ele criou anticorpos, ou seja, substâncias que neutralizam o veneno. Este processo é repetido novamente até que os níveis de anticorpos sejam suficientes. Ao final do processo, após a preparação, o soro passa por testes químicos e biológicos até ser considerado apto para o uso humano. Este processo dura em torno de seis meses.

O Secretário Nelinho alerta para que as pessoas, principalmente pescadores, caçadores e trabalhadores da zona rural, redobrem os cuidados para evitarem picadas de animais peçonhentos, especialmente cobras. Segundo Nelinho o Município hoje dispõe de soro somente para picada de CASCAVEIS ( SORO ANTICROTÁLICO), e mesmo esse em quantidade reduzida.

O Secretário está tentando obter, com os órgãos estaduais e federais, uma posição mais concreta sobre o assunto.