Quase oito anos depois, enfermeiro e cunhado de Marielly irão a júri

11/03/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
Cb image default
Divulgação

Quase oito anos após o crime, Hugleice de Souza e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes serão levado a júri popular pela morte de Marielly Barbosa Rodrigues, 19 anos, cunhada de Hugleice, que morreu durante aborto clandestino, em maio de 2011, em Sidrolândia. Sentença de pronúncia foi dada na última sexta-feira (8), pelo juiz da comarca do município, Fernando Moreira Freitas da Silva.

Hugleice de Souza e o enfermeiro responderão por provocar aborto com o consentimento da gestante, mediante fraude, grave ameaça ou violência, com a qualificadora de resultar na morte da gestante, e por ocultação de cadáver.

Caso ocorreu em maio de 2011. Segundo denúncia do Ministério Público, Hugleice era casado com a irmã de Marielly, mas manteve relacionamento sexual com a cunhada, que originou a gravidez. De comum acordo, ambos teriam decidido pelo aborto e Hugleice levou a vítima de Campo Grande até a casa de Jodimar, em Sidrolândia, para quem pagou R$ 500 para que o aborto clandestino fosse feito.

Durante o procedimento, a jovem passou mal e morreu por complicações do aborto, no dia 21 de maio de 2011. Após o enfermeiro contar sobre a morte, ele e Hugleice colocaram o corpo de Marielly em uma caminhonete e o deixaram em um matagal.

O desaparecimento da jovem mobilizou parentes, amigos, vizinhos, políticos e a opinião pública para encontrar a filha. O corpo da universitária foi encontrado em 11 de junho em um canavial, localizado em uma estrada vicinal de Sidrolândia, em estado de decomposição.

Em julho foi decretada a prisão de Hugleice, que até então negava qualquer envolvimento com o caso, mas confessou dois após ser preso, e de Gomes, que continua a alegar inocência.

A Justiça concedeu liberdade a Hugleice ainda em setembro daquele ano, mas ele voltou a ser preso em novembro do ano passado, após esfaquear a esposa, irmã de Marielly, no Mato Grosso, onde mora desde que foi solto. Ele está preso preventivamente por conta deste crime, no MT, e o juiz de Sidrolândia decretou prisão preventiva também no caso Marielly. Hugleice aguardará o julgamento preso, enquanto Jodimar responderá em liberdade.

Data do julgamento não foi marcada.

Por GLAUCEA VACCARI