Números oficiais demonstram que Hospital de Sidrolândia cobra, recebe, mas não apresenta os resultados devidos

30/01/2020 17h31 - Atualizado há 4 anos

Atendimentos ambulatoriais caíram mais de 35% e gestantes são encaminhadas para cesária em Campo Grande

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Foto TONI REIS

O Hospital Dona Elmiria Silvério Barbosa, desde a abertura da UPA – Unidade de Pronto Atendimento do Município, mesmo recebendo, na integralidade, os recursos públicos Federais, Estaduais e Municipais, não tem cumprido com as metas de atendimentos constantes desses contratos. Prova disso a cobrança do Secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, na última segunda-feira (27), onde apontou um decréscimo muito acentuado no número de atendimentos ambulatoriais, baixo número de ocupação de leitos e o enorme número de gestantes encaminhadas para cesariana em Campo Grande.

Segundo Geraldo, depois da abertura da UPA em 2017, o número mensal de atendimentos ambulatoriais, realizados pelo hospital, caiu 35,71%, passando de 28.000 para cerca de 18.000.

A questão de ocupação de leitos também chama atenção, em média, dos 32 leitos, sendo 26 cadastrados no CNES, disponíveis, apenas 13 tem sido ocupados. Uma preocupação para o Secretário, pois, segundo ele, muitos casos que poderiam ser tratados aqui, estão sendo encaminhados para Campo Grande, enquanto que isso deveria ocorrer apenas em casos de maior complexidade.

Com relação ao Centro de Parto Normal – CPN, que recebe mensalmente R$ 25.000,00 do Município, R$ 25.000,00 do Estado e R$ 50.000,00 do Governo Federal, a situação é bem mais preocupante, pois os partos normais são assistidos normalmente e os casos onde a cesariana se faz necessária, em sua grande maioria são encaminhados para a Capital, muitas vezes com mãe e criança já em sofrimento.

Em 2019 centenas de gestantes foram encaminhadas para parto em Campo Grande. Houve mês que o número chegou a mais de 40 encaminhamentos.

A falta de equipe de apoio, exigida para um CPN, como pediatra, obstetra e anestesista, tem sido o ponto fundamental para gerar esses encaminhamentos. Os baixos valores oferecidos desestimulam profissionais a trabalharem no hospital, valores esses muito abaixo dos recebidos pela equipe médica que a anos atua naquela entidade.

Por TONI REIS