Município custeia internações compulsórias de menores dependentes químicos
Foram oito em 2019 e para 2020 já há o acréscimo de pelo menos mais dois
Nesse final de semana três menores,dois meninos e uma menina, com idades entre 16 e 17 anos, foram apreendidos pela Polícia Militar por envolvimento com o narcotráfico.
Infelizmente essa realidade, que não é mais típica só de grandes centros urbanos, tem mostrado a fragilidade de nossa sociedade. Jovens, cada vez mais cedo, estão sendo aliciados pelo "mundo do crime", principalmente por não terem de responder como adultos, pois nossa legislação não pune o infrator pela gravidade do crime e sim pela idade que possui.
O custo dessa degeneração social vem atingindo a todos, pobres ou ricos, com a mesma intensidade, pois a marginalidade já não escolhe mais suas vítimas pelo poder aquisitivo e sim pela "oportunidade". Crianças, que deveriam estar estudando e brincando, vagam pelas ruas praticando roubos e furtos, traficando e se prostituindo, tudo para terem acesso a entorpecentes, nos quais foram viciados justamente para manterem a "máquina do tráfico" funcionando.
Somente no segundo semestre de 2019 a sociedade sidrolandense, por intermédio da Prefeitura Municipal, arcou com a despesa de internação compulsória de 8 menores, em Centros Terapêuticos para tratamento de dependentes químicos.
Foram gastos, conforme determinação judicial, R$ 83.500,00 com internações, deslocamentos dos menores até as clínicas e, também cumprindo ordens judiciais, pagamento de passagens para que pais visitem os filhos internados. Conforme o Portal da Transparência, outros R$ 22.630,00 já estão empenhados para serem pagos.
Essas internações são feitas em clinicas particulares, pois o SUS não disponibiliza as mesmas a adolescentes aqui no Estado. As clínicas conveniadas pelo SUS em MS só tratam dependentes adultos.
Segundo a Secretaria de Saúde do Município os menores, internados compulsoriamente, estão na faixa etária de 13 a 17 anos, em sua grande maioria destituídos do pátrio poder (quando a guarda e retirada dos pais) sob a guarda de outros familiares (geralmente avós) ou acolhidos pelo poder público (UNEI/CASA DE ABRIGO).
A Secretaria informou que mais dois adolescentes devem ser internados nesse ano de 2020, com um custo mensal que hoje está em torno de R$ 1.800,00 por menor internado.
As internações são por um período mínimo de 180 dias, podendo esse tempo ser ampliado conforme determinações médicas.
Por TONI REIS