MANIFESTAÇÃO: Mulheres vão à luta por respeito e fim da violência

31/10/2020 10h39 - Atualizado há 4 anos

Cerca de 60 mulheres, algumas acompanhadas de seus companheiros, realizaram manifestação por respeito e pelo fim de agressões como as sofridas pelas servidoras do Departamento de Trânsito do Município.

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Divulgação

Na manhã deste sábado (31) cerca de 60 mulheres, algumas acompanhadas por seus companheiros, maridos ou namorados, realizaram uma manifestação de repúdio contra as agressões e desrespeitos à mulheres.

A manifestação foi motivada, principalmente, depois do episódio ocorrido na última quinta-feira (29), quando servidoras do Departamento de Trânsito foram agredidas verbalmente pelo advogado David Olindo.

Na ocasião, conforme relatado pelas vítimas, David teria as chamados de cadelas, dentre outros termos ofensivos, registrados pelo próprio advogado em sua live, que após teria sido apagada.

Durante o ato, várias mulheres se pronunciaram manifestando seu repúdio ao ocorrido e até citando suas experiências pessoais, com relação a abusos e desrespeitos de que foram vítimas, de parte do Advogado e até de seu filho, o Vereador e Presidente da Câmara, Carlos Henrique.

A enfermeira Cleide falou das perseguições e agressões morais que sofre pelas redes sociais. Falou do episódio de invasão do local de descanso de sua filia, por parte do vereador Carlos Henrique, que também transmitiu ao vivo o ato. Caso que depois foi narrado pela própria vítima, a enfermeira Monalisa Machado, que deixou os presentes bastante emocionados.

A Advogada e ex-vereadora, Drª Rosangela, também lembrou das várias agressões verbais que sofreu de parte de David de Olindo, aliás, agressões das quais nunca foi defendida por qualquer vereador.

Disse admirar a coragem das mulheres ali presentes, justificando que muitas não foram por medo e que o ato é um "marco na história de Sidrolândia".

Edna Muchiutti, empresária e mãe do atual vice-prefeito, deixou seu trabalho na agência lotérica para prestigiar a manifestação. Edna também deu seu depoimento, relatando todas as perseguições que sempre sofreu de alguns integrantes da família Olindo. A empresária falou da infinidade de denúncias por ter seus filhos, na época ainda menores de idade, trabalhando junto dela. 

Segundo Edna essa foi a motivação para que Amarelo tomasse gosto pela política e pelo Direito.

A Professora Rosana Carvalho também fez suas considerações e um pesado desabafo. " Pra mim vir aqui hoje eu tive que enfrentar um bando de homens, quando eu convidei minha diretoria para estar aqui hoje, eu fui repreendida, de ser um ato político. Mas eu tenho a fama de não me calar diante das coisas que eu não concordo, independente  de quem seja".

A Professora se referiu a direção do sindicato SINTED de Sidrolândia

PATRÍCIA LOPES, uma das servidoras agredidas e que registrou a ocorrência na DEPOL de Sidrolândia, falou novamente da maneira como foi agredida e desrespeitada, mas ressaltou que apesar da "dor" pela qual está passando, tem forças para lutar contra o machismo e o preconceito, coisas que nunca a impediram de seguir em frente, de trabalhar e dar o sustento a seus filhos.

Depois dessa movimentação, com a sacudida que o município está levando, é esperar que a justiça seja rápida e eficaz, para que novas manifestações sejam para celebrar a igualdade e os respeito dos homens para com as mulheres, suas ou dos outros.

Por TONI REIS