Lideranças de comunidades indígenas vão a Prefeitura fazer reivindicações, mas novamente não encontram o Prefeito

09/05/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos

Na manhã desta segunda-feira (09), o Cacique da Aldeia Córrego Meio, Genivaldo Campos, acompanhado de lideranças de sua aldeia, além de lideranças das demais aldeias do município, compareceram a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, para uma audiência com o Prefeito Ari Basso, que, segundo informações do executivo, estaria em Campo Grande. Mesmo com com alguma resistência, de parte dos Indígenas, os mesmos acabaram aceitando a reunião somente com a presença do Secretário de Governo, Daniel Alves, do Chefe de Gabinete, Apolônio Sanchez, bem como do Assessor para Assuntos Indígenas, Josemar Gabriel.

Abrindo a reunião as lideranças deixaram bem claro que sabiam que o Prefeito Ari Basso se encontrava na Prefeitura e que não achavam necessária a presença da Polícia Militar, que já os esperava, no momento em que chegavam ao Paço Municipal.

Cacique Genivaldo, o primeiro a se manifestar, colocou da dificuldade de falar com o Prefeito Ari Basso, que nunca é encontrado, mesmo com reuniões agendadas. Pontou as dificuldades de mobilidade nas estradas que dão acesso as aldeias, bem como nas ruas das mesmas, que tem trazido inúmeros prejuízos aos veículos que por elas trafegam, como para-choques arrancados, pneus cortados e escapamentos danificados.

Tanto Genivaldo, como as demais lideranças, tem como preocupação principal a precariedade de estradas, que dificultam a mobilidade, mas também foram unanimes em cobrar as Secretárias de Saúde e Educação, com referência a indicação de indígenas para atuação junto as aldeias, segundo eles, essas indicações devem ser feitas pelas comunidades e não indicações políticas como tem ocorrido.

Foi levantada a intenção da JBS em encerrar os contratos com indígenas daquelas comunidades, intenção essa que passa pelo atraso ao chegarem ao trabalho na planta da Empresa. Com isso cerca de 150 famílias seriam prejudicadas e conforme colocaram as lideranças, teriam que migrar para a agricultura de subsistência, trazendo ao município uma demanda maior na assistência dessas pessoas. Esse assunto foi posto em pauta com a intenção de conscientizar o executivo municipal, que a melhoria das condições das estradas seria menos onerosa que ter que arcar com o ônus de 150 pais de família desempregados.

Os representantes da Prefeitura, Daniel Alves e Apolônio, mantiveram os discursos de sempre, apontando dificuldades financeiras, entraves administrativos, como licitações, além de justificarem não estarem a par de certos assuntos, segundo eles, por terem assumido seus cargos recentemente, nesse momento uma manifestação mais forte de uma das lideranças presentes, que levantando-se apoiou uma borduna na mesa e, com semblante bastante irritado, inquirindo os representantes do governo, colocou que já estavam cansados de serem desrespeitados e tratados com mentiras.

Apesar do não agendamento da reunião, que deveria caracterizar o desconhecimento da vinda dos indígenas, por parte da Prefeitura, além da polícia militar estar a espera, coisa que os representantes do executivo não souberam explicar, nem quem requisitou e nem o motivo, ainda havia um documento, previamente assinado pelo Secretário de Obras, Alcione Martins, que dá um prazo de 15 dias para o início da recuperação das estradas naquela região. Mesmo desconfiados da “vidência” da Prefeitura, as Lideranças, mais uma vez, deram um voto de confiança, com o propósito de que os assuntos tratados sejam discutidos em breve e que as soluções também sejam rápidas.