Estelionatário é preso por vender falsos certificados de conclusão escolar

16/01/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

O Grupo de Operações e Investigações (GOI) da Polícia Civil prendeu na noite de ontem, em Campo Grande, Wesley Belino dos Santos, de 19 anos, suspeito de estelionato. Por meio de perfis falsos nas redes sociais, ele comercializava certificados de conclusão do ensino fundamental e ensino médio, alegando serem documentos “legais” reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

O caso veio à tona depois que um jovem de 21 anos ligou na escola e descobriu que o documento adquirido era falso. De acordo com boletim de ocorrência, a vítima acionou a polícia informando que viu no Facebook oferta com os dizeres: “Histórico reconhecido pelo MEC 100% confiável. Fundamental e médio 400$, só faz o pagamento quando receber. Médio 350$, só faz o pagamento quando receber. É aceito na Faculdade, trabalho e concurso. Fornecemos o seu certificado sem você estudar, você vai estar comprando seus estudos. O certificado fica pronto em três dias após a entrega dos documentos”.

Supostamente acreditando se tratar de algo legítimo, o jovem anotou o número do telefone e entrou em contato por WhatsApp, demonstrando interesse. Wesley então se apresentou como Vitor e reiterou que era tudo dentro da lei, devidamente reconhecido pelos órgãos responsáveis. A vítima fechou negócio, pagou R$ 400 e recebeu o documento três dias depois, em casa.

No dia seguinte, entrou em contato com a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau Professora Zelia Quevedo Chaves, para conferir os dados, pois segundo certificado, os dados escolares estavam atribuídos à unidade escolar. O rapaz constatou que os nomes dos funcionários da escola batiam, inclusive com carimbos, no entanto, não havia nenhum registro com seu nome.

Ele desconfiou e voltou a falar com o vendedor, sendo bloqueado. Foi aí que descobriu se tratar de golpe. Além disso, ainda alertou a cunhada, que também iria comprar um certificado. A polícia foi informada e ontem, o GOI foi até um endereço na Rua Angela Abdulahade, no Jardim Paradiso, onde encontrou o suspeito. Wesley estava com documentos em mãos e disse que dentro de sua casa haveria mais.

No imóvel foram encontrados mais quatro documentos em nomes de Wesley e de outras pessoas, bem como carimbos em nomes de gestores da escola. Questionado, o suspeito disse que começou a vender os documentos falsos há mais de um ano, depois de ter comprado um para si. A partir de então, passou a fazer cópias usando, inclusive, o mesmo nome da pessoa que havia lhe vendido, no caso, Vitor.

De acordo com o delegado Enilton Pires Zalla, responsável pela ocorrência, Wesley responde por estelionato e estelionato na forma tentada. “Vale lembrar também que quem comprou esses certificados falsos e usou, vai responder por uso de documento falso. Então não é apenas quem faz, mas também que utiliza esse tipo de documento terá que prestar esclarecimentos à polícia”. O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro.

Em Sidrolândia, o Ministério Público também investiga proprietário de site que supostamente teria adquirido Certificado de Conclusão e Histórico Escolar falsos. Esses documentos foram utilizados para que o suspeito ingressasse no cargo de Assessor de Imprensa da Câmara Municipal de Vereadores, ficando por lá mais de um ano, recebendo gordo salário e gratificações.

As pessoas que compram esses documentos tentam se passar por vítimas, enganadas pelo fato dos mesmos serem falsos, mas na realidade fazem parte do esquema, pois se sabem que não estão matriculadas regularmente, não desenvolvem nenhum conteúdo escolar e não prestam nenhuma avaliação, como irão concluir qualquer curso?

Além do crime de formação de quadrilha e falsidade ideológica, quem compra Certificados Escolares falsos usurpa a oportunidade de estudar e de trabalhar de outras pessoas, que realmente estudaram e com muita dificuldade conseguiram se formar.

Com informações  CORREIO DO ESTADO, Por RENAN NUCCI

Imagem ilustrativa retirada de site que vende certificados pela internet (consta da denúncia feita ao MP em Sidrolândia)