Em apenas dois desabafos professores retratam a penúria da rede municipal de ensino

04/09/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos

Professores da rede municipal de ensino de Sidrolândia desabafam, pelas redes sociais, demonstrando a realidade vivida pela educação em nosso município. Apontam irregularidades, falta de estrutura e a maneira como profissionais e alunos estão sendo tratados.

São depoimentos corajosos que demonstram que muitos já chegaram ao extremo, deixando o medo da perseguição de lado e colocando a boca no trombone.

Não temos lápis para nossos alunos, não temos material didático suficiente para trabalhar, o giz, o único recurso disponível é de péssima qualidade e temos que molhar na água de tão duro que é. Investiram milhões nessa apostila que não atende as necessidades pedagógica de nossos alunos, a limpeza das escolas deixam a desejar por falta de material de limpeza, a merenda fornecida não é a mesma que está no cardápio informado ao MEC, relata uma delas.

A outra, por sua vez, coloca o seguinte: Não sei na escola dos outros...Mas falo como professora...da zona rural...que as vezes tem que sair cedo de casa e voltar SÓ no final da tarde!!! Tínhamos o cafezinho...chá. ..bolacha para os prof...xerox a vontade...rateio de sobra de fundeb...almoço. ..Aí me pergunto ??? Trabalhei c 5hérnias de disco...Mas tinha estímulo! !! Qdo essa gestão assumiu, primeira reunião proibido comer do lanche com as crianças! !! Café! !!Só se comprar!!! Rateio??? Sumiu... Almoço? ?? Se virem!! Fomos proibidos até de ficar na sala dos prof em horário de almoço. ..mesmo sem alguns prof terem p onde ir...Ficavam andando pela Vila do assentamento....

Encerrando seu relato uma delas faz a seguinte colocação: Acredito que essa minha postagem chegará às mãos e olhos de quem se preocupa com minhas postagens.

A questão da educação em Sidrolândia é bem complexa, sendo motivo de inqueritos no Ministério Público, como por exemplo o caso das apostilas que custaram, nesses últimos dois anos, mais de 5 milhões de reais, sem contar que o MEC enviou, nesse período, mais de 30.000 livros.

Há também a questão da merenda que teve a questão da exposição do cardápio vetada pelo Prefeito Ari Basso e apoiada por sua base de vereadores na Câmara Municipal, merenda essa que, conforme relato acima, difere o que é servido do que é informado ao MEC.

Ocultamos os nomes das servidoras para preservá-las de possíveis retaliações.