Dia D fecha com pouco mais de 31% de cobertura e preocupa Secretaria de Saúde
O dia D que estava sendo esperado como a data para atingir a meta de cobertura da vacinação contra o sarampo e a poliomielite, ou pelo menos se aproximar dela, acabou sendo uma decepção e trazendo grande preocupação para os órgãos de saúde nos níveis municipal, estadual e federal.
No sábado (18), data que deveria alavancar a procura pelo atendimento, o resultado não foi muito diferente de dias normais que o antecederam. Os índices de cobertura, que na sexta estavam em 10,17% para o sarampo e 10,21% para a poliomielite, fecharam o dia com percentuais de 31,19 para sarampo e 31,47 para a polio.
Segundo relatórios de acompanhamento, na manhã desta segunda-feira o índice de vacinação chegou a 35%. Portanto das 2.860 crianças, dentro da faixa etária para a vacinação, apenas 1.007 foram imunizadas contra o sarampo e polio, ou seja, 1.853 crianças sidrolandenses estão entregues a própria sorte.
A despreocupação e a resistência de pais e responsáveis em vacinar as crianças é algo que nem o sistema nacional de saúde consegue explicar, mas tem sido uma constante, prova disso a vacinação contra a gripe que também não atingiu seu objetivo, não alcançando a cobertura desejada.
Preocupada com a situação a Secretaria Municipal de saúde, através dos Agentes Comunitários de Saúde e vacinadores, está solicitando que os responsáveis pelas crianças não vacinadas assinem o Termo de Ciência de Atraso Vacinal, documento no qual são informados que o calendário vacinal da criança está em atraso, bem como confirmam estar cientes das vantagens, benefícios e da necessidade da aplicação das vacinas e das consequências que a não vacinação poderão acarretar.
A Secretaria espera que com isso as crianças sejam conduzidas por seus responsáveis, até o serviço de saúde municipal, para que recebam as doses das vacinas em atraso.
Já existe um movimento nacional de órgãos de proteção a criança, onde se incluem o Ministério Público e o Conselho Tutelar, que estudam medidas a serem adotadas com referência a essa questão, que pela grande maioria está sendo tratada como negligência e abandono de incapaz. A institucionalização das políticas públicas de vacinação deu-se com a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), instituído pela Lei 6.259/75, e existem vários dispositivos na legislação brasileira que abordam o assunto. Segundo a integrante da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) da Seccional Luciana Lenceh, a recusa em vacinar os filhos é um ato de negligência e pode acabar sendo considerado um crime grave, dependendo das circunstâncias.