DENUNCISMO: MP arquiva três denúncias anônimas, referentes a obras na rodoviária, por falta de provas

20/04/2021 08h05 - Atualizado há 3 anos

" O cidadão que utiliza o anonimato para lançar denúncias no portal da Ouvidoria deve ter o mínimo senso de responsabilidade", DIZ o Ministério Público.

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Divulgação

A Drª Bianka Machado Arruda Mendes, Titular da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, arquivou, no último dia 15, as Notícias de Fato de Números MP - 01.2021.00002512-5, MP - 01.2021.00002518-0 e MP - 01.2021.00002579-1, todas referentes a denúncias, "ANÔNIMAS", relativas as obras de reforma do Terminal Rodoviário do Município.

A Promotora afirma que as denúncias não se sustentam, pois as informações apresentadas são "superficiais" e "se restringem a um juízo de probabilidade de ocorrência de fatos", ou seja, o denunciante não apresenta provas concretas e dá a entender que deva ser aberta uma investigação, pois podem estar ocorrendo irregularidades.

Drª Bianka coloca que é comum pessoas formularem denúncias, se escondendo no anonimato, com a intensão de subjugar, manipular, pressionar, achincalhar ou prejudicar o outro, com representações, queixas, reclamações, ações, notificações e denúncias infundadas, sem lastro confiável.

“O denuncismo não é somente fruto da má-fé, da deslealdade, da improbidade, da falta de princípios, senso de Justiça e valores sólidos, mas também de uma suscetibilidade exagerada e manejada a esmo”, afirma a Promotora.

"O cidadão que utiliza o anonimato para lançar denúncias no portal da Ouvidoria deve ter o mínimo senso de responsabilidade, já que não pode servir de instrumento para perseguições, represálias, vinganças e etc", conclui Drª Bianka.

A onda desenfreada de "denuncismo anônimo" tem abarrotado o Ministério Público de demandas infundadas, qualquer pessoa pode acessar o sistema do MP e cadastrar uma "denúncia", mesmo que essa não tenha o menor fundo de verdade.

Lives são produzidas para dar um "falso" sentimento de veracidade a temas que irão "virar" denúncias anônimas.

Já houve até o caso de um "trapalhão de má fé" que fez uma "denúncia anônima", completamente inverídica, postando como prova um print de tela de computador, onde mostrava o facebook do denunciado, mas esquecendo que o perfil  era de sua própria esposa, deixando a denuncia de ser anônima.

O anonimato deixou de ser uma ferramenta de defesa e proteção contra represálias, para se tornar uma arma "suja" para quem quer atacar a dignidade e a moral de terceiros.

Denúncias são formuladas para que pessoas possam atacar seus oponentes, principalmente políticos, se escondendo no anonimato e deixando para a "vítima" o ônus da prova, que deveria ser, conforme nossa legislação, de quem faz a acusação.

Por TONI REIS