Delator tem até o fim do mês para devolver R$ 80 mil em propina e validar acordo
Pagamento está previsto em uma das cláusulas do acordo de colaboração premiada assinado pelo ex-servidor
O delator da Operação Tromper, Tiago Basso da Silva, tem até o dia 31 deste mês para pagar guia judicial de R$ 80 mil referente ao que admite ter recebido a título de propina enquanto atuou em esquema de corrupção instalado na Prefeitura de Sidrolândia. A restituição do valor aos cofres públicos faz parte do acordo de delação premiada firmado com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
A validação da colaboração premiada depende do cumprimento de todas as cláusulas assinadas pelo ex-servidor da administração municipal de Sidrolândia.
A delação de Tiago Basso engrossou o conjunto de provas juntadas pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e pela 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia para chegar ao acusado de liderar o esquema, o vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB).
Ele fechou acordo no ano passado, três meses após ser preso na 2ª fase da Tromper. Ele confessou fazer parte de organização criminosa e cometer corrupção passiva (receber propina). Em troca, Basso, que estava preso há meses, deixou a cadeia no dia 31 de outubro de 2023.
Classificado como “importante peça desse grupo criminoso para o sucesso na execução dos ilícitos”, Basso também foi poupado da última denúncia oferecida pelo Ministério Público, contra Claudinho Serra e outras 21 pessoas.
Aliás, quando a maior parte das ações derivadas da Tromper ainda tramitava em sigilo, foi em nota de rodapé trazida em peça do MP que houve a confirmação de que o ex-servidor havia virado delator. “Deixa-se, por ora, de denunciar Tiago Basso da Silva pelos fatos descritos na inicial acusatória, por ter pactuado colaboração premiada com o Ministério Público, já homologada judicialmente no âmbito do Egrégio Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul”, diz o parágrafo em letras miúdas.
A Operação Tromper teve duas fases, em 2023, antes de levar Claudinho Serra para a cadeia. O vereador foi preso no dia 3 de abril e só ganhou a liberdade supervisionada na noite do dia 26 do mesmo mês.
Após investigação do Gecoc e a coleta de provas na terceira fase, o MP denunciou 22 pessoas por envolvimento nas fraudes em licitações para o fechamento de contratos em Sidrolândia. A acusação alega que organização criminosa tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”.
Por Anahi Zurutuza - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS