Correção de 5%: Prefeito quer roer, ainda mais, o salário do funcionalismo público municipal
Como já ocorreu no ano de 2015, a correção dos vencimentos do funcionalismo público municipal pode ficar abaixo do índice de inflação do período. Dessa vez a Prefeitura Municipal foi ainda mais longe, acenando com uma reposição de 5%. Reposição essa que além de não contemplar ganho real algum, ainda mantém o processo de achatamento salarial, não recuperando nem o que foi perdido nos últimos doze meses.
Em maio de 2015 o IPCA, acumulado no, foi de 8,1716% e INPC de 8,3417%, e a correção acertada em dissídio ficou em 7,67%. Em abril desse ano, 2016, o IPC fechou um acumulado de 10,0406 e o INPC em 9,8307, o que, com a proposta de 5% do executivo, causaria uma perda, na correção dos vencimentos dos servidores, de mais de 50%.
Em 2015 a Prefeitura usou o expediente de empurrar com a barriga a negociação, enviando o projeto ao Legislativo de afogadilho, deixando a Casa entre a “cruz e a espada”, se não aprovasse causaria maiores perdas aos salários desgastados pela inflação. Em 2016 parece que não será diferente.
Quando da votação e aprovação em maio de 2015, houveram várias manifestações contrárias ao índice proposto pelo executivo, mas somente o Vereador Maurício Anache votou contrário, pois entendeu que no mínimo e inflação deveria ser reposta.
Naquela votação, Edno Ribas chegou a fixar um índice mínimo de 10 % para 2016, mencionando a precariedade dos salários e dificuldades dos servidores, mas não deixou de votar a favor do projeto.
Na sessão de ontem o Presidente da Casa, Drº David Moura de Olindo, colocou que o projeto que chegar a casa vai ser votado, podendo ser aprovado ou rejeitado, mas que a Câmara não tem como mexer no índice, visto que o Legislativo não pode propor gastos ou gerar custos ao executivo, seja na forma de projetos ou até mesmo em emendas.
A primeira proposta do Executivo, de 5%, já foi rejeitada pelo Sindicato, mesmo sem a realização de Assembleia, pelo fato da Diretoria entender que a mesma é descabida. Agora é esperar para ver se o funcionalismo, interessado diretamente no assunto, irá dar o suporte necessário para que o Sindicato siga nas negociações, mostrando firmeza, podendo negociar um índice dentro da razoabilidade do momento, com no mínimo a correção da inflação do período.