Assassinato em aldeia: Delegado pede prisão preventiva do autor baseado na quase decapitação da vítima

22/08/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos

O crime que inicialmente era visto como um homicídio simples, narrado pelo autor como legítima defesa, ganhou contornos ainda mais trágicos após o Delegado Titular da DEPOL de Sidrolândia, Drº Diego Dantas, acompanhado da equipe de perícia, comparecer ao local e analisar as circunstâncias do crime.

Drº Diego coloca que, ao contrário do que relatou o autor, que teria desferido apenas um golpe de foice, a vítima foi golpeada três vezes, tendo sido quase decapitada, ficando a cabeça presa ao corpo somente por uma fração de pele.

Apesar da alegação de legítima defesa do autor, em análise das circunstâncias verificadas, in loco, esta autoridade policial não ficou convencido acerca da presença dos requisitos caracterizadores da exclusão de antijuridicidade, e deliberou pela lavratura de auto de prisão em flagrante pelo crime de Homicídio Doloso Qualificado pelo motivo fútil e emprego de meio cruel disse o Delegado.

O autor do crime, ATAÍDE JOSE DA COSTA (47), está recolhido a carceragem da DEPOL de Sidrolândia, onde aguardará pela audiência de custódia, cabendo ao Judiciário decretar a prisão preventiva ou conceder a liberdade provisória.

Drº Diego salienta que apesar do crime ter ocorrido em área de Aldeia, nem vítima e nem autor são indígenas.

Veja como o caso havia sido relatado pelo autor a Polícia Militar:

Segundo o autor, ATAÍDE JOSE DA COSTA (47), ele e a vítima, ANTONIO BATISTA DOS SANTOS (50), por volta dás 21:30 hs da noite de ontem (21), bebiam em sua residência na Aldeia 10 de Maio, quando em dado momento a vítima provocou um desentendimento, ofendendo a ele e a sua esposa, logo partindo para luta corporal, momento em que sofreu a fratura no braço esquerdo. O autor disse aos policiais que a vítima se armou com uma foice e também carregava uma faca junto a cintura.

Ataíde, temendo ser morto, se trancou no barraco e também se armou com uma foice. Sentindo muita dor, pela fratura, e também se sentindo em desvantagem, partiu para o ataque e desferiu um único golpe no pescoço de Antônio, ferimento que em poucos minutos levou a vítima a óbito.

O autor arrastou o corpo para fora de sua propriedade, cerca de 20 metros de distância, e ficou aguardando o dia amanhecer. Pela manhã comunicou seu “patrão” que informou a Polícia Militar.

Inicialmente havia o relato de que o crime teria sido praticado na Aldeia Córrego do Meio, um engano compreensível, visto que as duas aldeias fazem divisa.