Após mais de 30 anos, asfalto chegou à travessa Três Amigas, que no papel, é do fundador da cidade
Primeiro veio asfalto, na semana passada foi construída a calçada, obras que põem fim aos transtornos de conviver com a poeira, na estiagem, buracos e atoleiro quando chove.
Uma rua estreita, onde mal passam dois carros alinhados um ao lado do outro, entrou no radar do planejamento da Prefeitura. No cartório os lotes estão em nome do espólio do fundador da cidade, Sidrônio Antunes de Andrade. Assim, ninguém consegue escriturar os imóveis. Esta região, como praticamente todo o Bairro São Bento, era parte de uma fazenda de Sidrônio.
Nesta semana, a Travessa Três Amigas, um pedacinho da região das Malvinas no São Bento, passou a ter infraestrutura que vai melhorar a qualidade de vida de moradores como dona Maria José Francisco da Silva, que mora no seu atual endereço, na altura do número 23, desde o longínquo ano de 1987, há 34 anos. Primeiro veio asfalto, na semana passada foi construída a calçada, obras que põem fim aos transtornos de conviver com a poeira, na estiagem, buracos e atoleiro quando chove.
Pelo menos para dona Maria José o medo de perder a casa, não existe mais. Em janeiro ela foi notificada que a Justiça lhe deu ganho de causa, conseguiu a escritura do lote de 120 metros, porque obteve o usucapião, batalha judicial que durou 14 anos.
A pandemia do Covid-19 lhe levou a mãe, a avó e uma tia. Com problemas de saúde (é cardíaca), com ajuda da Secretaria Municipal de Saúde, conseguiu os exames e os remédios de uso permanente.
O asfalto trouxe alívio para dona Maria de Lourdes, que é cadeirante. Ela ganhou maior autonomia para se deslocar com a cadeira de roda. "Antes, os buracos eram tantos que era complicado, passar. Quando chovia, aí a coisa complicava". Ela mora nas Três Amigas, desde junho de 1.988, após perder quase tudo que ela e marido tinham, quando o dono da casa onde morava (separada por um guarda roupa), embriagado, ter provocado um incêndio.
Dona Maria de Lourdes e as vizinhas Maria José e Neide Soares Verdelho, são as únicas remanescentes do grupo original que na época, fim dos anos 80, recebeu autorização para entrar nesta faixa de terra por onde circulou Sidrônio Antunes de Andrade.