Desde o ano passado (2015) que o produtor rural Antonio Estancalim Castilho, proprietário do lote 16, no assentamento vacaria, vem fazendo um comparativo entre a aplicação de agrotóxicos, em lavouras vizinhas, e o aborto e morte de bezerros em sua propriedade. No ano passado foi um aborto e nesse já são dois abortos, em estado adiantado de gestação e a morte de um bezerro de aproximadamente 3 meses. Bezerro esse que no sábado, segundo relatou o produtor, estava em perfeitas condições e na segunda já foi encontrado morto.

Antonio aponta o inseticida aplicado, nas lavouras lindeiras de sua propriedade, como a possível causa das mortes, pois, segundo ele, elas ocorreram na mesma época em que foi feita aplicação dos agrotóxicos, com a finalidade de controlar insetos na lavoura de soja.

A desconfiança do produtor, relativa a última morte, é de que o tanque do pulverizador estivesse com resquícios de inseticida, pois dias antes da morte do animal, o vizinho havia feito uma aplicação de herbicida, que inclusive, com a deriva, atingiu a pastagem de Antonio, deixando uma um rastro de plantas mortas (braquiária), local onde o gado se alimentava na época.

Antonio relatou que por diversas vezes avisou o vizinho, conhecido como Alisson, arrendatário de alguns lotes naquele assentamento, de que suas aplicações estavam tendo deriva e atingindo sua pastagem, mas seus avisos foram ignorados.

Agora, com a morte de mais um animal, Antonio procurou os órgãos competentes, o Iagro e a Secretaria de Desenvolvimento Rural, sendo orientado, por ambos, a fotografar a área atingida, para que sejam tomadas as providências cabíveis, bem como a fazer um BO, junto a polícia Civil.

Nas fotos fica bem clara a ação do agrotóxico em toda a extensão da cerca que separa as propriedades, um rastro, nas partes mais atingidas, de cerca de três metros de largura, fora as áreas menos atingidas, que possuem várias manchas (reboleiras) de pastagem bem danificada.