Veto a alianças com ex-governadores pode isolar Marquinhos
Questionado se comporia chapa com PSDB na corrida pelo governo, André diz: “por que não?”
Celso Bejarano
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, do PSD, provável pré-candidato do governo de Mato Grosso do Sul, tem se distanciado das alianças com os partidos grandes, em Mato Grosso do Sul.
Ao menos é o cenário pintado até agora. Até parece que há um conchavo em curso para isolar Marquinhos.
Conjuntura em questão nasceu a partir da declaração do prefeito, duas semanas atrás, a de que, por enquanto, refutaria, na disputa pelo governo, composições com os ex-governadores Zeca do PT, André Puccinelli, do MDB, pré-e ainda com o governador Reinaldo Azambuja.
Marquinhos afirmou que concordaria com alianças agora com o ex-juiz federal Odilon de Oliveira, que filiou-se recentemente no partido do prefeito e ainda com a ministra Tereza Cristina, do DEM, que deve anunciar até abril a ida para o PP.
A declaração do prefeito foi dada dois dias depois de Zeca do PT ter dito que disputaria o governo e que estaria aberto às alianças, inclusive com diálogos já em andamento com a “família Trad”.
O governador reagiu à fala de Marquinhos e disse que na política, as alianças “a gente faz com gosta da gente”.
Outro que contrapôs a alegação de Marquinhos, foi o ex-governador André Puccinelli, numa entrevista a uma emissora de rádio.
Na conversa, ao ex-governador por duas vezes de MS, foi perguntado se “o governo atual, psdb, propusesse a ele uma composição partidária” na concorrência pelo governo ”.
E o ex-governador, respondeu: “o mdb disse que quer cabeça de chapa. Político que não tem nariz empinado, não diz que não quer Zeca, André ou Azambuja. Diz que é possível composição com qualquer partido, desde que feito transparentemente, desde que feitas bases que sejam legais ”.
Depois de breve pausa, Puccinelli concluiu o raciocínio acerca da possibilidade de o MDB firmar chapa com o PSDB: “porque não?”.
No ponto de vista de Azambuja sobre o comentário de Marquinhos, que disse não querer aliança com o PSDB, o ex-governador fez amplos elogios às administrações de Puccinelli e Zeca do PT.
ALIANÇAS
Em 2018, quando reelegeu-se governador, Azambuja juntou-se a 12 partidos, ao DEM, PTB, PSD, PSB, PPS, PP, PSL, PMB, PMN, Avante, Solidariedade e Patriota.
Dois anos depois, em 2020, para reeleger-se prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad formou chapa com nove partidos. Uniu-se ao Patriota, PC do B, PSDB, PTB, Rede, PSB, Cidadania, Republicanos e DEM.
A escolha do sucessor do governador Reinaldo Azambuja, só daqui a exatos 309 dias, ou quase 11 meses, um longo período. Mas, em tratando-se de atualização, o desfecho, lá na frente, depende das costuras políticas, consumadas já agora.
Considere as duas últimas mudanças, municipal e estadual, nota-se que siglas antes parceiras devem ser concorrentes por mais de um partido com candidatos à cabeça de chaves.
CORREIO DO ESTADO