Vaquinha frustra candidatos, que esperam aumento em doações
Valores doados a políticos somam R$ 152,5 mil em MS
Frustrados com a vaquinha virtual, os candidatos de Mato Grosso do Sul esperam aumento nas doações de pessoas físicas após o início da propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio, que começou no dia 31 de agosto. Até o momento, os valores doados por eleitores aos candidatos ao governo estadual somam R$ 152.548,00. A vaquinha é a nova modalidade de arrecadação de dinheiro pela internet e foi autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir deste ano.
O valor máximo de doação por Cadastro de Pessoa Física (CPF) é de R$ 1.064,10, e as doações são para a campanha dos candidatos. Caso o eleitor queira doar um valor maior, é possível que ele faça uma Transferência Eletrônica Disponível (TED) para a conta do beneficiado.
Os políticos do Estado demoraram para aderir à vaquinha e alguns até declararam que não vão utilizá-la, como o candidato ao governo Junior Mochi (MDB). “Não vamos usar porque, apesar de ser uma ferramenta interessante e inovadora, teve baixa adesão e nossa coordenação de campanha orientou a não usar”.
Conforme a assessoria de comunicação do candidato, a orientação para não utilizar a vaquinha ocorreu porque a campanha de Mochi teve início após as convenções
partidárias.
O ex-vereador de Campo Grande e candidato ao governo Marcelo Bluma (PV) ainda não começou a utilizar a nova modalidade de arrecadação, mas pretende colocar o site no ar esta semana. “Fiz um planejamento para não começar com a vaquinha antes, pois a minha pré-campanha não foi longa. Muita gente não sabe que eu sou candidato”.
Bluma diz que após a propaganda eleitoral gratuita na TV e nas rádios a população vai começar a conhecer os candidatos. “O resultado depende do crescimento das candidaturas, e os que vão se destacar mais vão acabar arrecadando mais”, afirmou.
Outro político que pleiteia o governo e que também acredita no crescimento de doações depois das propagandas televisivas é João Alfredo Danieze (PSOL). Ele espera arrecadar R$ 30 mil, mas até o momento contabiliza R$ 870. “Posso arrecadar mais, assim que nossa campanha ganhar visibilidade. Isso vai ocorrer depois do início do horário eleitoral”.
Candidato ao governo pelo PT, Humberto Amaducci tem pretensão de conseguir R$ 13 mil de doações de pessoas físicas. Até o momento, foram doados R$ 5.678,00.
No site do TRE, consta doação de R$ 100 mil para a campanha do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que pleiteia a reeleição, dinheiro doado pelo filho do governador. O PSDB estadual não divulgou quanto pretende arrecadar com a vaquinha virtual.
Outro a aderir à doação de recursos pela internet foi o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT). Para lançar a plataforma, o partido do juiz contratou o publicitário Paulo de Tarso como responsável pelo marketing de campanha. Ele é famoso por ter coordenado a campanha do ex-presidente Lula em 1989 e 1994 e a campanha de Marina Silva em 2010.
Assim como o PSDB, o PDT estadual também não divulgou quanto pretende arrecadar. Consta no site do TSE que as doações de pessoas físicas até o momento para o juiz somam R$ 46 mil.
No site Doação Legal, há 25 políticos de Mato Grosso do Sul cadastrados. Entre eles há o candidato a senador e procurador de Justiça Sérgio Harfouche (PSC). Até o momento, foram doados R$ 5.974,00. No mesmo site, o também candidato a senador pelo PPL, Thiago Freitas, recebeu R$ 2.564,00.
Entre os candidatos ao Senado Federal, o ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad foi o que mais recebeu doação em dinheiro até o momento: R$ 10 mil. O senador e candidato à reeleição Waldemir Moka contabiliza R$ 5 mil de doações.
Por RENATA VOLPE HADDAD - Correio do Estado
Foto: Divulgação/ALMS