“Vamos mostrar tudo, acho muito bom”, diz prefeito sobre CPI da Covid-19
Assim como o governador Reinaldo Azambuja, o prefeito Marcos Trad também diz não temer a CPI no Senado
Eduardo Miranda, Naiara Camargo
O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), disse ao Correio do Estado que não teme nenhuma investigação a ser feita pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, instalada na semana passada pelo Senado Federal.
Perguntado sobre o que pensava sobre a investigação de governadores e de prefeitos ter entrado de última hora - a pedido da base aliada do governo federal - entre os objetos da CPI, o prefeito da Capital foi categórico: “Não tememos nada. Pelo contrário, vai abalizar e tirar o pequeno discurso que alguns radicais estavam suspeitando ”, disse.
“Vamos mostrar tudo, acho muito bom”, emendou.
Na semana passada, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), declaração semelhante em entrevista à Rádio FM Educativa 104.
Azambuja disse que o foco da investigação deveria estar voltado ao combate à crise sanitária, porém “vários políticos têm politizado a Covid-19, o que vem atrapalhando uma união para o enfrentamento da doença”.
A CPI para investigar as ações e as omissões do governo federal na pandemia de Covid-19, que já resultou em mais de 360 mil mortos, sendo mais de 5 mil deles em Mato Grosso do Sul, também incluiu em seu objeto os repasses de verbas federais a governadores e os prefeitos do País, depois de a base do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insistir para ampliar o foco da investigação.
Na última semana, uma comissão, que só foi instalada após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), teve seus 11 integrantes confirmados.
Como saliente que o senador Omar Azis (PSD-AM) deve assumir a presidência, e Renan Calheiros (MDB-AL) deve ficar com uma relatoria. O governo federal ainda tenta tirar o alagoano da relatoria.
JOGO POLÍTICO
Sobre outra decisão do STF na semana passada, o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, afirmou que ainda não é o momento de se preocupar com ela. “A minha preocupação não é a eleição de Lula ou de Bolsonaro, minha preocupação é salvar vidas e cuidar de Campo Grande”, afirmou o chefe do Executivo da Capital no sábado.
Questionado sobre as características das ações policiais, em que as pesquisas indicam uma tendência maior para o apelo social, em detrimento do combate à corrupção e das ações policiais, que foram tendência no último pleito, Trad indicou um caminho pelo centro.
“Eu acredito que o brasileiro está saturado de radicalismo, há de se encontrar um ponto de equilíbrio”, opinou.
Ainda sobre a questão social, Trad disse que verá a possibilidade de viabilizar um auxílio emergencial na cidade, projeto proposto no início do mês pela vereadora Camila Jara (PT) e que tramita na Câmara Municipal.
“Tem que ver a possibilidade. Eu não estou dizendo que esse é o caso, mas para decidir tem que ver uma série de impactos para não causar nenhuma turbulência na economia da prefeitura, não atrasar salário de servidores municipais ”, explicou.
CORREIO DO ESTADO