“Vamos mostrar tudo, acho muito bom”, diz prefeito sobre CPI da Covid-19

19/04/2021 09h02 - Atualizado há 3 anos

Assim como o governador Reinaldo Azambuja, o prefeito Marcos Trad também diz não temer a CPI no Senado

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Foto: Bruno Henrique / Correio do Estado

Eduardo Miranda, Naiara Camargo

O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), disse ao Correio do Estado que não teme nenhuma investigação a ser feita pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, instalada na semana passada pelo Senado Federal.

Perguntado sobre o que pensava sobre a investigação de governadores e de prefeitos ter entrado de última hora - a pedido da base aliada do governo federal - entre os objetos da CPI, o prefeito da Capital foi categórico: “Não tememos nada. Pelo contrário, vai abalizar e tirar o pequeno discurso que alguns radicais estavam suspeitando ”, disse.

“Vamos mostrar tudo, acho muito bom”, emendou.

Na semana passada, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), declaração semelhante em entrevista à Rádio FM Educativa 104.

Azambuja disse que o foco da investigação deveria estar voltado ao combate à crise sanitária, porém “vários políticos têm politizado a Covid-19, o que vem atrapalhando uma união para o enfrentamento da doença”.

A CPI para investigar as ações e as omissões do governo federal na pandemia de Covid-19, que já resultou em mais de 360 ​​mil mortos, sendo mais de 5 mil deles em Mato Grosso do Sul, também incluiu em seu objeto os repasses de verbas federais a governadores e os prefeitos do País, depois de a base do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insistir para ampliar o foco da investigação.

Na última semana, uma comissão, que só foi instalada após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), teve seus 11 integrantes confirmados.

Como saliente que o senador Omar Azis (PSD-AM) deve assumir a presidência, e Renan Calheiros (MDB-AL) deve ficar com uma relatoria. O governo federal ainda tenta tirar o alagoano da relatoria.

JOGO POLÍTICO

Sobre outra decisão do STF na semana passada, o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, afirmou que ainda não é o momento de se preocupar com ela. “A minha preocupação não é a eleição de Lula ou de Bolsonaro, minha preocupação é salvar vidas e cuidar de Campo Grande”, afirmou o chefe do Executivo da Capital no sábado.

Questionado sobre as características das ações policiais, em que as pesquisas indicam uma tendência maior para o apelo social, em detrimento do combate à corrupção e das ações policiais, que foram tendência no último pleito, Trad indicou um caminho pelo centro.

“Eu acredito que o brasileiro está saturado de radicalismo, há de se encontrar um ponto de equilíbrio”, opinou.

Ainda sobre a questão social, Trad disse que verá a possibilidade de viabilizar um auxílio emergencial na cidade, projeto proposto no início do mês pela vereadora Camila Jara (PT) e que tramita na Câmara Municipal.

“Tem que ver a possibilidade. Eu não estou dizendo que esse é o caso, mas para decidir tem que ver uma série de impactos para não causar nenhuma turbulência na economia da prefeitura, não atrasar salário de servidores municipais ”, explicou. 

CORREIO DO ESTADO