PF diz que 180 pessoas condenadas ou investigadas pelo 8 de Janeiro estão foragidas
Corporação afirma que a grande maioria fugiu para a Argentina; PF pediu ajuda às polícias das Américas
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse nesta terça-feira (11) que 180 pessoas que foram condenadas ou são investigadas pelos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023 estão foragidas. De acordo com ele, entre 50 e 100 dessas pessoas fugiram para a Argentina.
De acordo com Rodrigues, nessa lista de 180 nomes há foragidos que não foram alvo da megaoperação feita pela Polícia Federal na semana passada para localizar e prender condenados pelos atos de 8 de janeiro. Nessa operação, 209 pessoas foram alvos de mandados de prisão preventiva, mas a PF informou ter detido apenas 50 delas.
Para encontrar os foragidos, a Coordenação-Geral de Cooperação Policial da Polícia Federal enviou um ofício à Ameripol (Comunidade de Polícias da América) pedindo ajuda para localizar 29 brasileiros.
O organismo funciona como a Interpol das Américas e pode ajudar a PF a identificar onde estão os foragidos por meio de troca de informações com as polícias dos países membros.
A Ameripol enviou os nomes dos foragidos à Anfast, rede do organismo que tem o objetivo de encontrar endereços de foragidos. Atualmente, 30 países das Américas fazem parte da Ameripol e acessam a lista Anfast.
Quando os nomes dos foragidos são incluídos nessa lista, as buscas são feitas pelas polícias de cada um dos países. Uma pessoa pode ser localizada a partir da utilização de cartão de crédito em estabelecimentos comerciais ou bancos, e documentos em órgãos públicos ou aduanas, por exemplo.
Antes de acionar a entidade, a Polícia Federal conseguiu localizar 48 brasileiros foragidos na Argentina. Os mandados começaram a ser cumpridos em 5 de junho.
Para a captura dos condenados ou investigados considerados foragidos, a Polícia Federal vai trabalhar na construção de pedidos de extradição. Nessa etapa a cooperação já não será mais policial, mas judicial. Com isso, entram em ação o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Natália Martins, da RECORD