Trutis e Ovando vão “trair” PSL na sucessão; Fábio Trad está indeciso

12/01/2021 08h25 - Atualizado há 3 anos

Fábio Trad ainda não sabe se votará em Arthur Lira (PP-AL); Trutis e Ovando não apoiarão Baleia Rossi (MDB-SP)

Cb image default
Divulgação

Clodoaldo Silva

A 20 dias das eleições para presidente da Câmara dos Deputados, a movimentação para consolidar as duas principais candidaturas é intensa.

Há muitos parlamentares indecisos, deputados que já anunciaram que não vão seguir a orientação do partido e até grupo de parlamentares que oficializou o desrespeitou à decisão da legenda.

Na bancada de Mato Grosso do Sul a situação não é diferente. Dos sete parlamentares que estão no bloco de 11 partidos que anunciou apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), dois deixaram o barco e não vão seguir o partido.

Outro parlamentar, do grupo que apoia Arthur Lira (PP-AL), falou que ainda não definiu seu voto.

Esses posicionamentos que ocorrem em todas as bancadas não confirmam que os candidatos terão só votos das bancadas que anunciaram que os apoiam.

O deputado sul mato-grossense Loester Trutis (PSL) disse ao Correio do Estado no fim de dezembro que votaria em um candidato alinhado com a renovação nesta eleição para presidente da Câmara, como fez na eleição anterior, quando votou em Marcel Van Hatten (Novo).

Trutis, com o deputado Dr. Luiz Ovando (PSL) e outros 30 parlamentares da legenda, assinou documento em que afirma que não vai seguir a orientação da legenda para votar em Baleia Rossi, candidato lançado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e que tem apoio dos partidos da esquerda.

Trutis disse que mudou de opinião porque atendeu a “pedido do Planalto”.

Desse documento com 32 adesões, 17 não são consideradas pela Mesa Diretora da Câmara porque estes parlamentares estão com suas atividades suspensas, conforme consta no site da Câmara dos Deputados. Entretanto, eles votam para eleger a Mesa Diretora.

Indeciso

Já o deputado Fábio Trad (PSD), que faz parte da legenda que anunciou apoio a Lira, disse que até o momento não havia definido se seguiria esta orientação.

“Ainda não decidi. Conversarei com o presidente [Gilberto] Kassab, o líder do meu partido, e depois com os quatro candidatos, para tomar uma decisão”.

Kassab havia anunciado que a bancada tem autonomia, mas ressaltou que praticamente todos estariam fechados com Lira. O partido tem 35 deputados.

Os deputados Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT) reafirmam que vão seguir a orientação de seus partidos e votar em Baleia Rossi, como forma de se opor ao candidato do presidente da República, Jair Bolsonaro, que é Arthur Lira. O PT tem 52 deputados, e o PDT tem 26 parlamentares.

Pró-Baleia

Dagoberto enfatizou que “Baleia Rossi assumiu o compromisso de não ser uma pessoa que representa o atual presidente da República”. O parlamentar fala em apoiar alguém que coloque o Brasil nos trilhos.

“Porque se depender só deste presidente [Bolsonaro], da sua incompetência, do seu despreparo, do seu desgoverno, se nós não elegermos um presidente da Câmara comprometido com o País, aí não sei o que vai virar o nosso Brasil”. Para Vander Loubet, “a bancada do PT na Câmara sempre trabalha de forma a buscar o consenso interno”.

Vander diz que, no caso da eleição para a presidência da Câmara não é diferente.

“Após muito debate foi feita uma votação, e a maioria entendeu que o melhor caminho é apoiar Baleia Rossi. Sou partidário dessa decisão da bancada. Até porque isso contempla um entendimento da bancada com o grupo liderado pelo Rodrigo Maia, que reúne vários partidos e busca manter a independência da Casa em relação ao governo”, considerou Loubet.

“O Arthur Lira é o candidato do governo, sendo assim, o foco do PT é derrotar essa candidatura”.

Completando que “a independência da Câmara em relação ao governo é fundamental. Se tem uma coisa que ajudou a amenizar os efeitos graves da pandemia em nosso País foi a atuação da Câmara dos Deputados e do Senado”, afirmou o deputado petista.

Ontem, porém, a presidente nacional do PT, a deputada paranaense Gleisi Hoffmann, colocou o acordo com Baleia Rossi na condicional novamente.

Ela disse que o partido pode não votar no emedebista, caso ele não se comprometa em dar seguimento às solicitações, como comissões parlamentares de inquérito (CPIs) e eventuais pedidos de impeachment.

CORREIO DO ESTADO