“Tem um monte de gente que nem foi condenado ainda e já querem anistia”, diz Lula

18/07/2024 04h24 - Atualizado há 4 mêses

Sem citar nomes, presidente afirmou que antecipar pedido por anistia é sinônimo de assumir culpa

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília

14/03/2024 - Reuters/Ueslei Marcelino

Durante entrevista na terça-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que há pedidos de anistia para “pessoas que nem foram julgadas”.

Enquanto falava sobre o “momento muito bom que vive o Brasil”, o petista disse à TV Record que “tem um monte de gente que nem foi condenado ainda e já querem anistia”.

“Primeiro, você espera ser condenado, você vai ser processado, julgado, aí, sim, você pode discutir anistia”, afirmou o presidente.

“Mas as pessoas nem foram julgadas e já estão pedindo anistia, significa que essas pessoas estão dizendo ‘eu sou culpado’.”

Lula falou ainda sobre o processo de investigação, que envolve a “envolve a polícia, envolve a Justiça”.

“Quando esse processo estiver terminado, vamos discutir o que fazer, não tem que ficar colocando o carro na frente do bois”, completou o petista.

As falas acontecem em meio a demandas por anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, com a tramitação de diversas propostas no Congresso que tratam do tema.

Na Câmara dos Deputados, diferentes projetos de lei nesse sentido foram apensados ao PL 2858/2022 — que atualmente aguarda parecer do relator Rodrigo Valadares (União-SE) para ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania (CCJ).

No Senado, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também apresentou um projeto de lei similar.

As matérias que defendem anistiar aqueles que se insurgiram contra o resultado das eleições gerais de 2022, apresentadas por parlamentares da base bolsonarista, poderiam inclusive beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Renata Souza da CNN São Paulo