¨Tem muita gente que fica com raiva”, diz Lula sobre decretos de preservação ambiental
Presidente, ao lado da ministra Marina Silva, anunciou medidas de preservação ao meio ambiente
Em evento pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, nesta quarta-feira (05), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que ¨tem muita gente que fica com raiva¨ diante de decretos assinados pelo governo que ditam regras para preservação ambiental.
Lula participou, ao lado da ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, da apresentação de um balanço das ações do governo desde o início do mandato. No evento, foram assinadas novas medidas ambientais.
“Vocês sabem que tem muita gente que fica com raiva quando a gente faz um decreto desse. Tem muita gente que acha que era preciso passar uma motosserra e acabar com essa floresta para plantar qualquer coisa. Quando hoje está claro que manter uma floresta em pé e bem cuidada pode ser tão rentável para o estado e para os povos que moram na floresta do que qualquer outro investimento”, disse.
Balanço
Os dados apresentados pelo governo mostram que o desmatamento na Amazônia apresentou uma queda de 40,5% entre janeiro e maio de 2024, segundo o governo federal, no comparativo com o mesmo período do ano passado. Os dados foram apresentados pela ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, em evento pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, nesta quarta-feira (05), em Brasília.
O balanço apresentado mostra que, em 2023, a queda do desmatamento na Amazônia foi de 49,8%, em relação a 2022. Marina Silva, atribuiu a queda à retomada das ações de controle de desmatamento, como o aumento da fiscalização na região.
No Pantanal e na Mata Atlântica também foram registradas quedas no desmatamento, de 9,2% e 27%, respectivamente.
Já no bioma Cerrado, houve um aumento de 43,6% no desmatamento em 2023 na comparação com o ano anterior.
Segundo a ministra, o aumento do desmatamento no Cerrado é o maior desafio para o governo federal.
¨Grande desafio é que no Cerrado você tem direito a desmatar 80%. O problema é que a gente legisla, mas a natureza não assimila¨, disse.
Segundo o governo, houve um aumento de 53% nos autos de infração aplicados pelo IBAMA em 2023, em relação à média para o período entre 2019 e 2022.
As ações de fiscalização do Ibama também teriam contribuído para a queda de 77% das áreas abertas para garimpo em 2023 na Terra Indígena Yanomami, em relação a 2022. Em todo o país, houve queda de 32% das áreas abertas para garimpo no mesmo período.
Medidas anunciadas
Na cerimonia, acompanhada por ministros, governadores, e parlamentares, foram assinados decretos de proteção ambiental, entre eles:
Decreto cria a Reserva de Vida Silvestre do Sauim-de-Coleira (AM): Cria a Unidade de Conservação Refúgio da Vida Silvestre, no município de Itacoatiara/AM. Tem o objetivo de proteger áreas florestais relevantes para a conservação do Sauim-de-coleira, espécie em perigo de extinção.
Decreto cria o Monumento Natural das Cavernas de São Desidério(BA): Cria a Unidade de Conservação para proteção das cavidades naturais/patrimônio espeleológico no município de São Desidério/BA.
Assinatura de Pacto pelo Prevenção e Controle d incêndios com governadores do Pantanal e da Amazônia: Prevê planejamento e implementação de ações colaborativas e integradas de prevenção, preparação e combate aos incêndios florestais e nas demais formas de vegetação nativa no Pantanal e na Amazônia.
Decreto cria o Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais: institui o Programa ProManguezal para orientar os esforços do governo federal na conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos associados aos manguezais.
Decreto cria a Estratégia Nacional de Bioeconomia: Estabelece a Comissão Nacional de Bioeconomia e prevê a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia
Decreto altera a regulamentação da Lei de Gestão de Florestas Públicas: permitirá comercialização de crédito de carbono em concessões florestais, estimulando a promoção de concessões de restauração florestal, entre outros.
Decreto atualiza o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM): Institui subcomitê-executivo, coordenado pelo MMA, subcomitê para a COP30, coordenado pela Casa Civil, e três câmaras: de Participação Social, de Articulação Interfederativa e de Assessoramento Científico
Decreto altera o Programa Cidades Verdes Resilientes;
Assinatura, pelo MMA, de portaria para nomeação de 98 analistas ambientais
Lançamento do processo de participação social do Plano Clima na plataforma do Brasil Participativo.
Marina Demori da CNN Brasília