Taxar super-ricos é forma de financiar políticas públicas contra fome, diz Haddad em Washington
Segundo ele, mundo está diante de desafios econômicos importantes e, se nada for feito, “fome em massa voltará com força”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a taxação de super-ricos vai contribuir com um “espaço adicional” no orçamento para financiar políticas públicas contra a fome e a pobreza. O chefe da economia brasileira falou sobre o assunto na abertura do evento relacionado à Aliança Global do G20 Contra a Fome e a Pobreza, em Washington, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (17).
Haddad disse que a luta contra fome e pobreza é “prioridade número um” da presidência brasileira no G20 e que a ideia é criar os meios para que os países que precisam de políticas para acabar com essas desigualdades possam implementar de forma rápida e eficiente.
Segundo ele, o maior desafio é quanto ao financiamento dessas políticas públicas. Assim, o ministro da Fazenda citou que há várias iniciativas sendo pensadas, e que a taxação dos super-ricos pode ser uma dessas ferramentas.
Haddad diz que tem medidas dentro do G20 que colocam a desigualdade como ponto central nas políticas macroeconômicas, criando estratégias e infraestruturas para “efeitos sociais positivos”.
“As conversas sobre tributação estão explorando formas inovadoras para fazer com que os super-ricos paguem sua justa cota de impostos, contribuindo assim para um espaço adicional para implementação de políticas públicas contra a fome e a pobreza”, disse Haddad.
O ministro ainda citou programas criados no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para erradicar a fome e realizar promoção social que foram “extremamente bem sucedidos”, mas que nos últimos a falta de visão política e crise socioeconômica culminaram em retrocessos.
Na apresentação, ministro também citou que o mundo vive um momento “crítico” devido às decisões tomadas durante a pandemia de Covid-19, que resultou em uma “inflação perversa, em especial no sul global”.
Segundo ele, o mundo está diante de desafios econômicos importantes e, se nada for feito, “a fome em massa voltará com força”.
Cristiane Noberto da CNN Brasília