Senadores divergem sobre novos dados do mercado de trabalho

29/11/2020 08h56 - Atualizado há 4 anos

Enquanto dados do IBGE apontaram aumento do desemprego, Ministério da Economia registrou aumento expressivo de vagas de trabalho com carteira assinada

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Carol Garcia/GOVBA

Senadores repercutiram nas redes sociais, nesta sexta-feira (27), os recentes dados sobre emprego no país. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada pela manhã, aponta aumento de 14,6% na taxa de desemprego no país no terceiro trimestre. É a maior taxa registrada desde 2012, com 14,1 milhões de desempregados no país. Também foram revelados esta semana números que apontaram o aumento expressivo do número de vagas de trabalho com carteira assinada. Enquanto alguns parlamentares comemoraram a criação de postos de trabalho, outros manifestaram preocupação com o aumento do desemprego.

Os senadores Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacaram a taxa recorde de desemprego. “Mais de 14 milhões de desempregados! A reforma trabalhista que prometeu criar emprego criou crise, precarizou o trabalho e aumentou o desemprego. Soma-se a isso o despreparo do governo federal em apontar um caminho para sairmos da crise! O povo padece!”, protestou Randolfe.

Rogério Carvalho (PT-SE) destacou que o governo anuncia o fim do auxílio emergencial em um momento de disparada do desemprego. “Bem diferente dos governos do PT, quando registramos a menor taxa de desemprego da história. O país precisa voltar ao rumo do desenvolvimento, no entanto está sem direção.”

Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ressaltou que os índices de desemprego atingem principalmente a faixa mais desfavorecida da população e cobrou ações do governo e do Congresso.

“O IBGE confirma o dado mais cruel da tragédia social brasileira: mulheres, pretos e pardos são os mais afetados pelo desemprego. Notícia triste, que exige empenho do Legislativo e do Executivo na busca por saídas para a economia”, afirmou em suas redes sociais.

Postos de trabalho

O Ministério da Economia informou esta semana que foram abertas 394.989 vagas de emprego com carteira assinada em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) comemorou os resultados: “Noticia boa, num ano tão difícil. O maior desafio no Brasil continua sendo frear o desemprego, que compromete a renda e a dignidade de milhões de famílias”.

Luiz do Carmo (MDB-GO) também fez uma avaliação otimista e mandou um recado aos consumidores. “Última sexta-feira do mês, dia de Black Friday, e mais um grande passo na recuperação da nossa economia. Graças a Deus, mesmo sem o fim da pandemia, aos poucos as coisas vão se ajeitando. Mas não se esqueçam, é importante gastar com consciência. Analise a perspectiva do futuro!”, alertou.

Já a senadora Eliziane (Cidadania-MA) chamou a atenção para a situação dos trabalhadores sem carteira assinada. “Não podemos deixar de considerar um plano para manter a renda dos invisíveis e trabalhadores informais em 2021. Ainda mais com a previsão do ministro [da Economia] Paulo Guedes de que o país deve fechar aproximadamente 300 mil vagas de trabalho com carteira assinada em 2020”, lembrou.

Economia

Em sua conta na internet, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) reproduziu publicação do Ministério da Economia destacando que pelo quarto mês consecutivo, o Caged registrou saldo positivo na geração de empregos formais. De acordo com a postagem, o desempenho reforça a retomada da economia após os impactos econômicos gerados pela pandemia, conforme as palavras do ministro Paulo Guedes:

“A economia brasileira continua a retomada em 'V', gerando empregos em um ritmo acelerado. O mês de outubro obteve o melhor resultado na série histórica do Caged. Foram 395 mil. Desde 1992, o Brasil não criava tantos empregos em um mês”.

Flávio Bolsonaro também deu destaque a publicação da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República com mensagem que relaciona a retração na economia com a pandemia de covid-19.

“O presidente Jair Bolsonaro avisou desde o início que eram dois os problemas. Muitos preferiram ignorar; nós, porém, trabalhamos. O governo não promoveu o imprevidente ‘fecha-tudo’, mas trabalhou para preservar a vida, a dignidade e o emprego de milhões de brasileiros”, afirmou a Secom do governo.

Reformas

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) replicou nas redes sociais as análises otimistas de Ricardo Amorim, que é economista, consultor e defensor da reforma administrativa. Amorim ressaltou que foi a maior criação de novos empregos com carteira assinada em um único mês desde que os dados começaram a ser medidos, em 1992. Destacou ainda que é o quarto mês seguido em que a abertura de novas vagas com carteira assinada foi maior do que o de demissões em todas as regiões do país.

Esse recorde, acrescentou o economista, foi atingido mesmo depois da redução do valor do auxílio emergencial pela metade.

“Até agora, os temores de que a redução do auxílio emergencial poderia reverter a forte recuperação econômica iniciada em maio provaram-se infundados. As perspectivas de um crescimento econômico mais robusto do que a maioria espera em 2021, desde que os temores fiscais sejam afastados com a breve aprovação da reforma administrativa, como venho afirmando há algum tempo, saem reforçadas a partir destes dados”, concluiu o consultor.

Já o senador Major Olímpio (PSL-SP) defendeu a reforma tributária, mas sem penalizar o contribuinte. “A reforma tributária é medida mais do que necessária para retomada do crescimento e geração de empregos. Porém, precisamos de uma reforma justa e que não traga aumento de impostos para setores essenciais, como algumas propostas podem fazer. Lutarei CONTRA o aumento de impostos!”, afirmou.

Fonte: Agência Senado