Senadores dirão a americanos que tarifaço jogará Brasil no colo da China

24/07/2025 05h44 - Atualizado há 7 dias

Grupo de parlamentares brasileiros viaja a Washington no fim de semana

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Senadores durante votações no plenário • Carlos Moura/Agência Senado

O grupo de senadores que está com viagem marcada para ir a Washington já escolheu a principal mensagem que vai passar às autoridades na capital americana.

Eles vão avisar que, se os Estados Unidos se fecharem para as exportações brasileiras, eles vão jogar o Brasil no colo da China, apurou a CNN.

Os senadores entendem que a relação com os chineses é um dos pontos mais sensíveis na percepção de Donald Trump e de seu governo sobre o Brasil, e pretendem deixar claro que a estratégia do republicano está, literalmente, empurrando o mercado brasileiro para o principal concorrente dos EUA.

Ainda segundo relatos feitos à CNN, os senadores também disseram isso ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na reunião que tiveram nesta quarta-feira (22) em Brasília. O encontro teve um caráter preparatório para a viagem dos parlamentares à capital americana.

A agenda que os senadores terão em Washington está, por enquanto, limitada ao Capitólio, como disseram fontes envolvidas na organização.

Do ponto de vista das autoridades capazes de influenciar a decisão de Donald Trump, não há confirmação ainda. A viagem corre o risco de ficar esvaziada com a decisão dos líderes republicanos no Capitólio de antecipar o recesso de verão para evitar votos sobre o caso Epistein.

No encontro em Brasília, os senadores perguntaram aos ministros o que poderiam dizer se forem perguntados sobre a relação com o Brics.

A resposta foi vaga e num tom de reduzir a importância que o presidente Lula dá ao bloco em seus discursos recentes. “Não é bem assim”, teriam ouvido de um ministro.

Nos EUA, empresários dos setores que serão prejudicados com a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, lobistas, consultores e entidades representativas dos negócios mais afetados estão procurando incessantemente os senadores que vão embarcar para lá.

O objetivo é tentar unir forças para traçar uma estratégia de convencimento para Trump mudar de ideia até dia 1º de agosto.

Apesar do esforço, a expectativa para algum sucesso é baixa. Um interlocutor dos senadores disse ao blog que mesmo com toda articulação, eles não tem mandato para decidir pelo Brasil.

Se conseguirem algo, o governo tentará se juntar a eles como parceiros da ação. Se não conseguirem nada, eles correm o risco de serem chamados de inaptos ou sem mandato para decidir pelo Brasil.

Blog Thais Herédia - CNN