Saída do DEM e MDB reduz Centrão a 158 deputados
Partidos buscam se afastar do grupo que passou a apoiar o governo Bolsonaro
Da Redação
O anúncio da saída do DEM e do MDB do bloco chamado “Centrão” na Câmara dos Deputados vai diminuir o poder de barganha do grupo. Dos atuais 221 deputados, o Centrão terá agora 158 votos.
Esse movimento, segundo a CNN Brasil, sinaliza o afastamento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu grupo mais fiel dos partidos de centro que embarcaram no governo Jair Bolsonaro.
A saída desses dois partidos do bloco também abre espaço para uma composição com siglas da oposição para fechar um nome que possa concorrer com o apoio de Maia à presidência da Câmara em fevereiro de 2021.
O líder do Centrão é o deputado Arthur Lira (PP-AL), que se movimenta para suceder Maia e é próximo do presidente da República.
Os partidos argumentam oficialmente, de acordo com o portal G1, que o bloco foi formado para garantir o comando da Comissão Mista de Orçamento e que o objetivo já foi alcançado.
Nos bastidores, líderes admitem que estavam incomodados com o poder concentrado por Lira na hora das votações e na negociação com o governo.
Segundo o deputado Efraim Filho (DEM-PB), líder do DEM na Câmara, essa decisão é uma tentativa de reposicionamento da bancada em busca de autonomia, já que os parlamentares já não estavam totalmente alinhados ao que o Centrão vinha defendendo.
O estopim teria sido a PEC do Fundeb e a tentativa desses partidos de obstruir e até postergar a votação.
O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), afirmou que a saída não implicará em afastamento do partido de pautas defendidas pelo governo.
“Nosso compromisso com o país, com a agenda da retomada da economia e do combate à pandemia, não muda”, disse Rossi.
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