EDUARDO MIRANDA

Se até o mês de março, quando ainda era prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad tinha uma base consolidada de vereadores, com até 25 dos 29 vereadores dando apoio aos atos de sua gestão, fora do Executivo municipal, o apoio a sua candidatura pode ter mudado.

Se isso ainda não ocorreu, pelo menos os outros pré-candidatos têm intensificado as negociações com os vereadores de Campo Grande, em busca dos numerosos votos da Capital.

Levantamento feito pelo Correio do Estado indica que o ex-prefeito da Capital tem firmes, com ele, 11 dos 29 vereadores, a maioria do PSD, seu partido, e dos aliados Patriota, partido da atual prefeita Adriane Lopes, e também do PSB, do presidente da Câmara, o vereador Carlão.

Bancada evangélica

Um interlocutor da Câmara de Vereadores disse ao Correio do Estado que será muito difícil para o Marquinhos Trad, fora do Executivo, conseguir manter firme o apoio dos integrantes da bancada evangélica.

A maioria dos vereadores com forte ligação com as igrejas têm se articulado em torno da pré-candidatura do ex-secretário de Infraestrutura e Reinaldo Azambuja (PSDB), Eduardo Riedel.

O Republicanos, por exemplo, partido que integrava a base de Marquinhos na prefeitura, está fechado com Riedel, e deve fazer parte de sua chapa para o governo. 

Também próxima do bancada evangélica, a deputada federal e também pré-candidata ao governo do Estado, Rose Modesto (União Brasil), também deve atrapalhar os planos de Marquinhos nesta base.

Como se não bastassem os nichos específicos, ainda existem os vínculos dos vereadores com seus próprios partidos.

O Podemos, por exemplo, apesar de integrar a base de Marquinhos na Câmara, tem um forte vínculo com Rose Modesto, inclusive é o partido pelo qual o irmão dela, Rinaldo Modesto, tentará a reeleição.

Os três vereadores da legenda, e mais Alírio Vilasssanti, que permaneceu no União Brasil, deverão estar com Rose na campanha ao governo.

Os vereadores do MDB, Loester e Jamal, muito fiéis ao pré-candidato ao governo e ex-governador, André Puccinelli, permanecerão com o principal nome do partido.

Existem ainda vereadores que ainda não têm um apoio definido nestas eleições, e que não necessariamente será Marquinhos Trad.

É o caso de Sandro Benites (Patriota), que embora seja do mesmo partido da atual prefeita, por sua característica bolsonarista, pode se aproximar ou de Eduardo Riedel (PSDB) ou de Capitão Contar (PRTB), e de Papy, ligado ao setor evangélico, e que pode apoiar qualquer um dos quatro pré-candidatos.

Os dois vereadores do PT, Camila Jara e Ayrton Araújo, certamente estarão com a pré-candidata do partido ao governo, Giselle Marques.

A lista ainda tem também o vereador da Rede Sustentabilidade, Professor André Luis, que é um dos pré-candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul nessas eleições.

Em suas entrevistas, André Luis tem falado de suas chances pequenas em meio a megaestrutura das outras pré-candidaturas, mas mesmo assim, quer lançar ideias no debate da sucessão para o governo de Mato Grosso do Sul.

Candidatos

Mas não será André Luis (Rede) o único vereador a candidatar-se a algum cargo eletivo nestas eleições. O Correio do Estado apurou que a maioria esmagadora, quase a totalidade dos vereadores da Capital, irá candidatar-se a deputado estadual ou federal em outubro próximo.

O motivo para as candidaturas nem sempre é de eleger-se para deputado estadual ou federal. Sim, este é o propósito de muito. Mas o propósito maior neste ano, com o fim das coligações, é o de ajudar os partidos a atingirem o coeficiente necessário para elegerem representantes na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.

Dentre os pré-candidatos a deputado estadual, tem aparecido em pesquisas, com boas chances, Tiago Vargas (PSD), Dr. Loester (MDB), João Cezar Matogrosso (PSDB), entre outros. A vereadora Camila Jara (PT), pré-candidata a deputada federal, é uma das grandes apostas de seu partido. 

CORREIO DO ESTADO