Reinaldo busca apoio de Marquinhos para candidatura de Riedel
Governador de Mato Grosso do Sul e prefeito da Capital tiveram encontro reservado, apurou o Correio do Estado
EDUARDO MIRANDA
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), reuniu-se reservadamente, dias atrás, com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), para discutir apoio à pré-candidatura de Eduardo Riedel, secretário de Estado de Infraestrutura, para o governo estadual.
Uma fonte da Governadoria e políticos próximos ao prefeito confirmaram o encontro, mas os detalhes da conversa entre os dois não foram revelados. A única coisa que se sabe é a pauta da discussão: sucessão estadual e apoio a Riedel.
O esforço do governador é convencer Marquinhos a não renunciar ao mandato de prefeito até o dia 2 de abril para concorrer contra Riedel à sucessão estadual. Azambuja quer o prefeito no palanque do seu candidato para conseguir Campo Grande.
A Capital é o principal colégio eleitoral do Estado, onde o PSDB não conseguiu, de acordo com as pesquisas para consumo interno, atrair apoio do eleitor ao nome de Riedel, porque os preferidos são Marquinhos e André Puccinelli.
Marquinhos poderia muito bem preencher esse vazio para fortalecer a pré-candidatura do nome tucano ao governo.
Só que Marquinhos insiste em manter sua pré-candidatura na disputa eleitoral. Ele disse aos seus correligionários mais próximos que vai mesmo deixar a prefeitura depois de se lançar na corrida eleitoral, em evento que contou com a presença do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que prometeu montar uma forte estrutura eleitoral para dar sustentação à candidatura do prefeito de Campo Grande.
Mesmo diante da resistência, Azambuja prometeu ampliar a parceria administrativa, com grandes investimentos em obras em Campo Grande, para Marquinhos desistir da pré-candidatura e apoiar Riedel na corrida eleitoral. Azambuja já é parceiro de Marquinhos na liberação de recursos e execução de obras na cidade.
O prefeito da Capital carrega debaixo do braço pesquisas, muitas feitas por sua equipe, apontando estar bem à frente de Riedel na preferência do eleitorado.
Os números o colocam no segundo turno da sucessão estadual.
Isso está pesando na decisão do prefeito de entrar na disputa eleitoral. Só que os tucanos ligados a Azambuja reiteram que as amostragens representam o cenário do momento da política, não são indicativos de vitória, e que esse quadro poderá mudar até as eleições. Eles citam exemplos de pleitos anteriores.
Azambuja, em 2014, não aparecia na ponta das pesquisas. O então candidato do PT, senador Delcídio do Amaral, era o franco favorito para ganhar no primeiro turno.
Em segundo lugar, as pesquisas indicavam o então prefeito e atual senador Nelsinho Trad, na época filiado ao PMDB. Azambuja superou Nelsinho, foi para o segundo turno, derrubou o favoritismo de Delcídio e venceu as eleições.
CORREIO DO ESTADO