Puccinelli, Riedel e Marquinhos querem Rose de vice, e não como adversária

18/05/2022 08h54 - Atualizado há 1 ano

Assédio sobre a pré-candidata ao governo aumentou, mas Rose disse que mantém o plano de enfrentá-los nas eleições

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Rose Modesto, pré-candidata ao governo pelo União Brasil - Divulgação

CELSO BEJARANO, NAIARA CAMARGO

O ex-governador André Puccinelli, pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo MDB e que já chefiou o Estado por dois mandatos (2007-2014), disse ontem ter convidado a deputada federal Rose Modesto, pré-candidata do União Brasil, a unir-se a ele como vice, que a chapa seria a “vencedora”.

A parlamentar confirmou o aceno e acrescentou que Eduardo Riedel e Marcos Trad, respectivos pré-candidatos do PSDB e PSD, também a convidaram para ser vice, mas Rose afirmou já ter despachado o trio.

Além de dizer que convidou Rose para ser sua vice, Puccinelli afirmou que a pré-candidata estaria indecisa.

Em nota enviada por meio da assessoria de imprensa, a deputada federal, que está em Brasília, desmentiu o ex-governador.

“Eu não estou indecisa de nada. Muito pelo contrário, estou convicta de que serei a primeira mulher governadora de Mato Grosso do Sul. Eu sou pré-candidata ao governo de Mato Grosso do Sul, sim. Eu digo ainda porque antes das convenções não posso usar o termo candidata”, retrucou a parlamentar.

Rose Modesto, no comunicado, reafirmou o que foi dito pelo ex-governador acerca da proposta de vice, mas complementou: “Não é segredo de ninguém que o André, Riedel e Marcos me chamaram para ser vice deles, mas eu não vou mudar de ideia. Se notarem nas pesquisas, vão perceber que o meu sonho de ser governadora de MS não é um sonho que eu estou sonhando sozinha, e sim com milhares de sul-mato-grossenses”.

A aspiração da deputada à disputa pelo governo teve início em 2020, ano em que ela concorreu à Prefeitura de Campo Grande mas teve o desejo reprimido pelo ex-partido, o PSDB. À época, o comando dos tucanos preferiu apoiar o então prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), que concorria à reeleição.

Desde então, a parlamentar trabalha a ideia de brigar pelo governo. Para a disputa de 2022, o PSDB escolheu outro pré-candidato, o ex-secretário estadual Eduardo Riedel (Infraestrutura), e, de novo, deixou Rose na “geladeira”.

Diante da recusa, a deputada federal saiu do partido e filiou-se ao União Brasil, que ofertou a ela a pré-candidatura ao governo.

“PASSEIOS” DE PUCCINELLI

Entre ontem e anteontem, Puccinelli visitou o gabinete da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), o plenário da Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal.

O pré-candidato afirmou que a sua ida à prefeitura da Capital, à Câmara e à Assembleia foi uma visita protocolar, de cortesia. E que tem perguntado por onde anda o que eles [prefeitos e vereadores] fariam como governador. Na prática, a caminhada de Puccinelli é um meio de ele manter firme suas articulações políticas.

Depois de visitar a Câmara, ontem pela manhã, Puccinelli disse ao Correio do Estado que em sua pré-campanha já percorreu 37 dos 79 municípios sul-mato-grossenses.

E sobre o aceno a Rose como sua vice, afirmou: “Estou puxando ela de cá e tem gente empurrando ela de lá. E ela ainda está indecisa. A vaga de vice está aberta e, se ela quisesse vir, ela seria mais inteligente do que ela já é e faríamos uma chapa vencedora”.

Puccinelli afirmou ainda que em suas idas ao interior do Estado tem coletado “as reivindicações para projetar Mato Grosso do Sul do futuro”.

Questionado sobre seu apoio aos presidenciáveis, ele foi conciso na resposta: “O que o povo me disser, em maioria, que devo apoiar estarei propenço a apoiar. Seja um ou outro, sempre acato a opinião popular”.

Já sobre a chamada 3ª via – que une MDB, PSDB e Cidadania para enfrentar os favoritos na disputa pela Presidência da República, segundo as pesquisas, o ex-presidente Lula e o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) –, o emedebista mostrou-se desapontado.

“Seria bom se tivesse uma terceira via, maior gama de oportunidades de escolha seria melhor, mas convenhamos que está difícil”.

Já quanto à expectativa acerca da disputa pela sucessão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), André Puccinelli assim manifestou-se: “Se eu me pautar pelo que me dizem, que estamos na pesquisa, está ótimo”.

Além de Puccinelli, Rose, Riedel e Marcos Trad, também devem disputar o governo a advogada e professora Giselle Marques (PT), a professora Luhhara Arguelho (Psol) e o deputado estadual Renan Contar (PRTB).

CORREIO DO ESTADO