Puccinelli 'amarela' pela 3ª e desiste até de tentar vaga como vereador pelo MDB

27/06/2024 04h10 - Atualizado há 5 mêses

O ex-governador alegou falta de estrutura e apoio político para concorrer a prefeito da Capital na eleição de 6 de outubro

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Divulgação

Durante entrevista coletiva concedida na tarde de ontem, o ex-governador André Puccinelli (MDB) oficializou a desistência da pré-candidatura a prefeito de Campo Grande na eleição do próximo dia 6 de outubro, conforme o Correio do Estado já tinha adiantado.

Trata-se da terceira amarelada de André Puccinelli, sendo que a primeira foi em 2002, quando abriu mão de disputar o cargo de governador contra o desafeto Zeca do PT, que buscava a reeleição, e indicou a ex-senadora Marisa Serrano, que acabou derrotada.

Já a segunda “amarelada” foi em 2020, quando preferiu lançar o deputado estadual Márcio Fernandes para tentar impedir a reeleição do então prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, que na época era do PSD e hoje está no PDT, mas o candidato de Puccinelli mais uma vez foi derrotado.

“Para uma disputa majoritária em nossa Capital, são necessários apoios estruturais e políticos. Há aproximadamente 30 dias, o União Brasil interferiu e conseguiu bloquear a nossa senha no Solidariedade a fim de tomá-lo da parceria do MDB. Além disso, alas do PL haviam sinalizado nos apoiar. Com o MDB, PL e Solidariedade, o apoio político seria suficiente”, declarou.

Ele completou que foi a Brasília (DF) na semana passada para falar com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força.

“O MDB fez todo o esforço possível para me dar condições de disputar a prefeitura, enquanto o Solidariedade sinalizou com a possibilidade de devolver o diretório estadual. Porém, o PL do Valdemar Costa Neto foi taxativo em dizer que o Bolsonaro já tinha assumido a palavra com a senadora Tereza Cristina”, revelou.

Na visão de André, apesar do insuficiente apoio estrutural, o mais importante em uma disputa majoritária em uma capital é o apoio político.

“E continuei tentando e, por isso, vários adiamentos do anúncio que faço hoje (ontem). Não serei candidato a prefeito e, em consideração aos pré-candidatos a vereadores dos dois partidos (MDB e Solidariedade), sequer serei candidato a vereador”, afirmou.

Sobre o fato de liderar as pesquisas de intenções de votos, o ex-governador disse que sua decisão é definitiva. “No entanto, manterei os compromissos com todos os pré-candidatos a vereadores do Solidariedade e do MDB, bem como a fidelidade ao meu partido. A respeito do meu apoio, quem irá decidir será a soma das respostas dos diretórios do MDB e do Solidariedade com a dos pré-candidatos a vereadores. Apoiarei o que a maioria definir em consulta escrita que foi elaborada hoje (ontem)”, explicou.

Porém, o deputado estadual Márcio Fernandes já se adiantou ao “referendo” e revelou que, independentemente do resultado, vai caminhar com o PSDB, enquanto os demais deputados estaduais do partido (Junior Mochi e Renato Câmara) não se pronunciaram.

Puccinelli acrescentou que o legado não pode ser abandonado. “Não sei se é muito ou pouco legado que deixei para a minha filha ‘Capital Morena’, mas afirmo que não abandono a luta política e que pretendo, além de me empenhar na eleição deste não, estar em 2026 disputando um cargo eletivo, talvez para senador, deputado federal ou estadual”, revelou.

Questionado se poderia tentar ser governador novamente, ele foi enfático em dizer que o MDB fez no ano passado uma reunião na casa da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em que foi acertada uma aliança com o PSDB para 2026.

“Aquela aliança não está influenciando esta, que fique muito claro. Então, se nos tratarem bem no decorrer da caminhada até 2026, nós apoiaremos especificamente o candidato do ex-governador Reinaldo Azambuja”, disse, referindo-se ao atual governador Eduardo Riedel (PSDB).

Com relação à possibilidade de a filha mais nova dele, a advogada Denise Puccinelli, ser vice do partido que o MDB e Solidariedade definirem apoiar, o ex-governador reforçou que não existe essa opção.

“Claro que não, a minha filha está fora da política. Quando se entra em um grupo de partidos, tem que se perguntar quem é o melhor candidato a vice. Por exemplo, o PL está errando, está brigando entre si, pois uns querem a mulher do Marcos Pollon, outros não. Vice tem que ser aquele que agrega, seja homem ou mulher, que agrega qualitativo e quantitativamente”, concluiu.

DANIEL PEDRA E LAURA BRASIL

CORREIO DO ESTADO