PT negocia participação no governo de Eduardo Riedel em Mato Grosso do Sul

06/12/2022 08h54 - Atualizado há 1 ano

O partido apoiou candidatura do tucano no 2º turno da eleição para governador e agora pode assumir pasta voltada à agricultura familiar

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Divulgação

O diretório do PT em Mato Grosso do Sul está negociando a participação na gestão do governador eleito Eduardo Riedel (PSDB), e a área de maior interesse é a de agricultura familiar, para ajudar pequenos agricultores, assentados, quilombolas e indígenas.

A participação dos petistas no governo do Estado teria sido discutida na semana passada, quando Riedel teria feito o convite ao deputado federal reeleito Vander Loubet (PT-MS), como reconhecimento ao apoio dado pelo partido no 2º turno da eleição para governador.

Ontem, a reportagem do Correio do Estado conversou com o deputado estadual eleito e ex-governador Zeca do PT, que confirmou uma reunião com os três integrantes da bancada do partido na Assembleia Legislativa – deputados estaduais reeleitos Pedro Kemp e Amarildo Cruz.

“Vamos nos reunir após a partida da seleção brasileira para definirmos os interesses do PT na nova gestão do PSDB e, só depois disso, vamos sentar com o Eduardo Riedel”, informou.

Segundo Zeca do PT, a conversa com o governador eleito teria de ser ainda nesta segunda-feira porque o vice-governador eleito, deputado estadual Barbosinha (PP), convocou para hoje uma reunião com todos os deputados estaduais para entregar o organograma com a nova composição do governo do Estado à Assembleia Legislativa.

“Nossa área de interesse é a agricultura familiar e também a Agraer [Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural], bem como mais uma secretaria de Estado”, detalhou.

Além disso, conforme o ex-governador, a bancada estadual do PT também quer saber como será o tratamento do governo do Estado com relação aos movimentos sociais em casos de conflitos.

“Outro ponto que vamos levar ao governador eleito é que precisaremos de orçamento para a agricultura familiar, pois não adianta nada assumir uma secretaria sem recursos. Queremos dinheiro carimbado para criar centrais para distribuir calcário aos pequenos agricultores e assentados, ajudar o Incra na regularização fundiária, na construção de habitação popular nessas localidades, bem como em comunidades indígenas e quilombolas”, adiantou.

OUTRAS ÁREAS

Fontes do PT em Mato Grosso do Sul informaram à reportagem que as outras áreas de interesse da legenda na gestão de Eduardo Riedel seriam as secretarias de Estado de Educação e de Habitação.

No entanto, a prioridade é mesmo a agricultura familiar, pois o partido tem um trabalho muito forte junto a pequenos agricultores, assentados, indígenas e quilombolas, além disso, como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve priorizar a recuperação do Incra, que foi deixado de lado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), seria interessante o governo do Estado ter um representante petista para articular junto ao órgão federal.

A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com o governador eleito Eduardo Riedel para confirmar o convite feito ao PT, mas, até o fechamento desta matéria, não houve retorno.

O vice-governador eleito, deputado estadual Barbosinha, também foi procurado para saber se o projeto de reforma administrativa do novo governo do Estado será realmente entregue nesta terça-feira à Assembleia Legislativa, porém, não retornou o contato.

No entanto, fontes ouvidas pelo Correio do Estado confirmaram que a presidência da Assembleia Legislativa convocou uma reunião, às 8h30min de hoje, de todos os deputados estaduais com o governador eleito Eduardo Riedel, para a entrega do projeto de lei de reforma administrativa.

A expectativa é de que algumas secretarias de Estados sejam desmembradas para a criação de novas pastas, enquanto outras devem ser extintas para que o novo governador já assuma em 1º de janeiro de 2023 com as mudanças planejadas durante esse período de transição.

DANIEL PEDRA

CORREIO DO ESTADO