Processos que não são da Lava Jato se arrastam no Supremo
As investigações da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) já resultaram em operações de busca e apreensão em cerca de 120 endereços, quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico de mais de cem alvos.
No entanto, a reportagem do jornal O Globo destaca que alguns processos que não fazem parte da Lava Jato demoram anos para serem julgados. A publicação cita que o Supremo demorou 12 anos para quebrar os sigilos bancário e fiscal do senador Romero Jucá (PMDB-RR), em um inquérito que investiga desvio de recursos federais destinados à prefeitura de Cantá, em Roraima.
A Operação Lava Jato já fez 11 denúncias em um ano e quatro meses de investigações no âmbito do STF. Em março de 2015, começou a ser formalmente investigado o envolvimento de políticos no esquema e houve a abertura de inquéritos a partir das primeiras delações.
Fora da Lava Jato, a publicação refere que pelo menos 14 senadores são investigados em inquéritos, sendo que alguns casos são anteriores a 2004.
Na equipe do presidente interino, Michel Temer, dois ministros são investigados em inquéritos no STF. Maurício Quintella, ministro dos Transportes, é suspeito de superfaturamento e desvio na compra de merenda escolar em Alagoas. Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, é suspeito de crimes como fraude à licitação e lavagem.
RENAN CALHEIROS E EDUARDO CUNHA
O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é réu em duas ações penais relacionadas ao esquema de desvios de recursos da Petrobras investigado na Lava-Jato. Porém, a reportagem ressalta quem desde 2007, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda não se tornou réu num inquérito sigiloso em que foi denunciado por ter tido despesas de uma filha supostamente pagas por uma empreiteira.