Presidente nacional do PSDB afirma que só apoiará Simone Tebet se MDB retirar candidatura de Puccinelli

26/05/2022 09h25 - Atualizado há 2 anos

Bruno Araújo, presidente nacional da legenda, disse que apoio precisa ter reciprocidade do MDB

Cb image default
Agência Brasil

ANA CLARA SANTOS

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o apoio à campanha de Simone Tebet (MDB), pré-candidata à Presidência da República, só será possível se o MDB for recíproco e apoiar os candidatos tucanos ao governo de Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.

Dessa forma, para que a candidatura de Tebet tenha apoio não apenas no PSDB nacional, mas, também, do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, que é tucano, o MDB teria que retirar a candidatura de André Puccinelli ao governo do Estado, dando espaço para que a sigla apoie Eduardo Riedel, candidato do PSDB ao Executivo Estadual.

A declaração foi dada em entrevista ao jornal Estadão, ocasião em que Araújo explicou que o apoio à Simone está em construção dentro do partido, uma vez que a maior parte dos tucanos quer uma candidatura própria, já que essa é uma tradição da sigla desde a redemocratização. Contudo, o presidente nacional da sigla, ainda afirma que essa mesma parcela “ tem a compreensão que são os acordos que mantêm a atividade política de pé”

Além da reciprocidade nos palanques, Araújo disse que outra barreira a ser superada para que o PSDB apoie a senadora na disputa pela cadeira presidencial é ter uma construção que unifique os programas de governo do partido com o do MDB e Cidadania, que já apoia Tebet.

“Temos muitas visões comuns. O programa do PSDB precisa ser incorporado nessa composição política”, declarou.

Araújo ainda informou que parlamentares tucanos irão sentar com o MDB de MS para avaliar essa possível aliança política e, caso ela de fato seja firmada, a sigla ainda pode negociar para que a vaga de vice de Tebet seja preenchida por alguém do PSDB, sendo que essa pessoa poderia ser João Dória, que desistiu da disputa presidencial na segunda-feira (23).

“Se acontecer a consolidação dessa construção, me parece absolutamente natural [ter um vice]. Mas esse é o último enredo neste episódio. Tanto é que não citei isso como um dos pilares neste processo de construção.”, aponta.

Até o começo da noite desta noite, nenhum membro do MDB comentou as declarações de Bruno Araújo.

No Estado

Ontem, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), chegou a dizer que não pode garantir apoio à Sinome, porque isso depende de um posicionamento do comando nacional do partido.

“Existem várias alternativas, várias opções, isso é uma decisão que passa pelas instâncias da executiva nacional, mas que com certeza serão ouvidos os diretórios estaduais. Vamos aguardar qual o posicionamento do PSDB aqui no estado”, afirmou Azambuja.

O governador ainda lembrou o apoio a Tebet ainda enfrenta a questão de que o MDB tem candidato ao governo de MS e isso deveria ser discutido entre a executiva nacional de ambos partidos.

“Acho que é muito prematuro discutir nomes, temos que entender qual vai ser a dinâmica que as executivas nacionais. A única coisa que me reservo é que decisão nenhuma será imposta pra nós ‘goela abaixo’, temos nossa autonomia para tomada de decisões e o faremos naquilo que a gente entender que é o melhor para Mato Grosso do Sul.", concluiu. 

CORREIO DO ESTADO