Presidente nacional do PSDB afirma que só apoiará Simone Tebet se MDB retirar candidatura de Puccinelli
Bruno Araújo, presidente nacional da legenda, disse que apoio precisa ter reciprocidade do MDB
ANA CLARA SANTOS
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o apoio à campanha de Simone Tebet (MDB), pré-candidata à Presidência da República, só será possível se o MDB for recíproco e apoiar os candidatos tucanos ao governo de Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.
Dessa forma, para que a candidatura de Tebet tenha apoio não apenas no PSDB nacional, mas, também, do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, que é tucano, o MDB teria que retirar a candidatura de André Puccinelli ao governo do Estado, dando espaço para que a sigla apoie Eduardo Riedel, candidato do PSDB ao Executivo Estadual.
A declaração foi dada em entrevista ao jornal Estadão, ocasião em que Araújo explicou que o apoio à Simone está em construção dentro do partido, uma vez que a maior parte dos tucanos quer uma candidatura própria, já que essa é uma tradição da sigla desde a redemocratização. Contudo, o presidente nacional da sigla, ainda afirma que essa mesma parcela “ tem a compreensão que são os acordos que mantêm a atividade política de pé”
Além da reciprocidade nos palanques, Araújo disse que outra barreira a ser superada para que o PSDB apoie a senadora na disputa pela cadeira presidencial é ter uma construção que unifique os programas de governo do partido com o do MDB e Cidadania, que já apoia Tebet.
“Temos muitas visões comuns. O programa do PSDB precisa ser incorporado nessa composição política”, declarou.
Araújo ainda informou que parlamentares tucanos irão sentar com o MDB de MS para avaliar essa possível aliança política e, caso ela de fato seja firmada, a sigla ainda pode negociar para que a vaga de vice de Tebet seja preenchida por alguém do PSDB, sendo que essa pessoa poderia ser João Dória, que desistiu da disputa presidencial na segunda-feira (23).
“Se acontecer a consolidação dessa construção, me parece absolutamente natural [ter um vice]. Mas esse é o último enredo neste episódio. Tanto é que não citei isso como um dos pilares neste processo de construção.”, aponta.
Até o começo da noite desta noite, nenhum membro do MDB comentou as declarações de Bruno Araújo.
No Estado
Ontem, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), chegou a dizer que não pode garantir apoio à Sinome, porque isso depende de um posicionamento do comando nacional do partido.
“Existem várias alternativas, várias opções, isso é uma decisão que passa pelas instâncias da executiva nacional, mas que com certeza serão ouvidos os diretórios estaduais. Vamos aguardar qual o posicionamento do PSDB aqui no estado”, afirmou Azambuja.
O governador ainda lembrou o apoio a Tebet ainda enfrenta a questão de que o MDB tem candidato ao governo de MS e isso deveria ser discutido entre a executiva nacional de ambos partidos.
“Acho que é muito prematuro discutir nomes, temos que entender qual vai ser a dinâmica que as executivas nacionais. A única coisa que me reservo é que decisão nenhuma será imposta pra nós ‘goela abaixo’, temos nossa autonomia para tomada de decisões e o faremos naquilo que a gente entender que é o melhor para Mato Grosso do Sul.", concluiu.
CORREIO DO ESTADO