Presidente da Câmara vai depor na CPI da Petrobras na quinta-feira

10/03/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos
Cb image default
Divulgação

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai prestar depoimento na CPI da Petrobras na próxima quinta-feira (12), segundo informou o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Motta disse nesta terça (10) que recebeu uma ligação telefônica de Cunha na noite de segunda solicitando que fosse ouvido pelo colegiado.

Cunha é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal (STF) para investigar o suposto envolvimento dele no esquema de corrupção da estatal. Ele é um dos políticos na lista de abertura de inquérito enviada pelo procurador-geral da República ao tribunal.

Na semana passada, Cunha apareceu de surpresa na sessão da CPI para dizer que se coloca à disposição do colegiado para prestar depoimento. “No primeiro momento em que a comissão assim o entender e me permitir, à medida que se conheça qualquer tipo de detalhe, eu faço a questão absoluta de, espontaneamente, comparecer aqui nesse plenário, debater e ser inquirido por vossas excelências, esclarecer todo e qualquer ponto que seja necessário”, disse Cunha na ocasião.

Cunha foi citado pelo doleiro Alberto Youssef em seu depoimento de delação premiada ao Ministério Público Federal como um dos beneficiários da propina paga dentro da estatal.

De acordo com Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa intermediou o contrato de aluguel de um navio plataforma da Samsung junto a estatal. Para viabilizar o contrato, o doleiro afirmou que o executivo Júlio Camargo pagou propina a integrantes do PMDB, notadamente Eduardo Cunha. Ele não soube precisar o valor.

Cunha nega qualquer envolvimento no esquema e classifica as acusações de “absurdas”. Na segunda (9), ele disse que seu advogado, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, vê “incoerências” no pedido de abertura de inquérito contra ele. Antonio Fernando foi o responsável por apresentar a denúncia que resultou no julgamento do mensalão e hoje trabalha como advogado.

“[Souza] Acha absurdo, concorda em gênero, número e grau com a posição que a gente tem. [Ele] levantou várias outras incoerências que eu ainda não tinha levantado e vai levantar mais”, afirmou Cunha na segunda.

http://g1.globo.com/