Prefeito cai no grampo da PF se envolvendo com propina

25/03/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Para o deputado estadual e ex-prefeito de Ponta Porã, Flávio Kayatt (PSDB), o suposto envolvimento do atual gestor da cidade, Ludimar Novaes (sem partido) em esquema de pagamento de propinas a prefeitos é um “vespeiro”. O caso, continua Kayatt, torna-se ainda mais grave porque Ludimar seria blindado pela Câmara Municipal, por isso, vereadores não cumpririam o papel de fiscalizadores do Executivo.

“É um vespeiro. A gente sabe que a coisa é profunda e os vereadores não se posicionam. Porque essa blindagem? Fica todo mundo quieto”, questiona o parlamentar.

A ligação do prefeito no esquema, revelado em agosto de 2013, voltou a tona em reportagem exibida pelo Conexão Repórter, do SBT, no último domingo (22). Ludimar é apontado como um dos políticos aliciados para participar de fraude em fundos de pensão municipais. Ele foi flagrado em grampos telefônicos da Polícia Federal, negociando a entrada do Previporã, instituto previdênciário de Ponta Porã, no esquema. A interlocutora era a modelo Luciane Lauzimar Hoepers, ex-namorada do doleiro Fayed Traboulsi, que comandava a ação do grupo, e encarregada da cooptação dos prefeitos.

No programa do SBT, Luciane revelou que Ludimar teria “fechado negócio no valor de R$ 12 milhões” com o grupo de Fayed. A modelo mostrou, ainda, lista dos que teriam recebido propina para colaborar com o esquema. O nome de Ludimar aparece duas vezes, ao lado da cifra de R$ 160 mil (ou seja, ele pode ter recebido R$ 320 mil pela participação), assim como no inquérito da Polícia Federal.

A reportagem, de Zana Zaidan, está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.

Imagem arquivo CONESULNEWS