Pré-candidatura de Simone à Presidência enfrenta “falta de empenho” do MDB
Partido da senadora em MS parece estar pouco à vontade quanto à insistência dela em se lançar como cabeça de chapa
Todos os sinais mostram má vontade do MDB de Mato Grosso do Sul com relação à pré-candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República.
O ex-governador André Puccinelli até evita vinculação com Simone em sua pré-campanha eleitoral ao governo do Estado. A demonstração mais aberta, mas sem alarde, em favor de Simone vem do presidente regional do partido, o ex-deputado estadual Junior Mochi.
André já disse em conversas com correligionários não querer se envolver na corrida presidencial, porque contou com apoio do governo Lula e do governo da Dilma Rousseff, ambos do PT, quando governou o Estado por duas vezes, mesmo apoiando outro candidato a presidente da República.
E também não quer enfrentamento com o presidente Jair Bolsonaro.
Para se manter nessa posição, André acaba sacrificando a pré-campanha de Simone Tebet, que é de seu partido e de Mato Grosso do Sul.
Além de não se engajar para viabilizar eleitoralmente o nome de Simone no Estado, André não faz nenhum esforço para envolver a base do seu partido na luta em favor da senadora.
Simone sabe muito bem as razões da falta desse comprometimento de André com a sua pré-candidatura. Ela identificou esses sinais com os movimentos de André em seus contatos políticos.
O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, principal fiador da pré-candidatura de Simone a presidente da República, já foi informado dos problemas do partido no Estado por causa da posição do André.
“ENGASGADO”
Até hoje André Puccinelli não aceitou a desistência de Simone, poucos dias depois de a sua candidatura ser homologada na convenção do MDB, de concorrer ao governo do Estado nas eleições de 2018.
Na época, André era o candidato do partido. Mas acabou sendo preso pela Polícia Federal nas vésperas da convenção da legenda.
Na cadeia, ele se reuniu com Simone para que ela o substituísse na disputa eleitoral. Ela aceitou a missão. Mas dias depois renunciou, alegando questão familiar. André Puccinelli não acreditou na justificativa e teria ficado muito irritado com a senadora.
Para o MDB não ficar fora da disputa, André chamou o então presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, para uma reunião no presídio. Lá, ele convenceu o deputado a sacrificar a sua candidatura à reeleição para concorrer ao governo do Estado.
Mochi aceitou o pedido de André para não deixar o partido órfão nem prejudicar a chapa de deputado estadual e de deputado federal.
Nessa disputa, Mochi nem sequer passou para o segundo turno. Ficou longe disso. A campanha ficou polarizada entre o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT).
Azambuja acabou sendo reeleito, batendo Odilon nas urnas. Hoje, Odilon é pré-candidato ao Senado pelo PSD na chapa do ex-prefeito de Campo Grande Marcos Trad.
Curiosamente, em 2018, Marquinhos aliou-se a Azambuja para ajudar a derrotar Odilon. Hoje, os dois são parceiros contra o candidato de Azambuja, Eduardo Riedel.
Senadora não aceita ser coadjuvante
A senadora Simone Tebet já demonstrou estar irredutível quanto ao seu protagonismo nas eleições que serão realizadas este ano.
Ela recebeu convite para se unir ao ex-governador de São Paulo João Doria e também ao pré-candidato Ciro Gomes. Simone recusou ambos os chamados para concorrer como vice-presidente.
CORREIO DO ESTADO