Pré-candidatura de Simone à Presidência enfrenta “falta de empenho” do MDB

16/05/2022 09h21 - Atualizado há 2 anos

Partido da senadora em MS parece estar pouco à vontade quanto à insistência dela em se lançar como cabeça de chapa

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André Puccinelli evita vinculação com Simone Tebet em sua pré-campanha ao governo de MS - Arquivo

Todos os sinais mostram má vontade do MDB de Mato Grosso do Sul com relação à pré-candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República.

O ex-governador André Puccinelli até evita vinculação com Simone em sua pré-campanha eleitoral ao governo do Estado. A demonstração mais aberta, mas sem alarde, em favor de Simone vem do presidente regional do partido, o ex-deputado estadual Junior Mochi.

André já disse em conversas com correligionários não querer se envolver na corrida presidencial, porque contou com apoio do governo Lula e do governo da Dilma Rousseff, ambos do PT, quando governou o Estado por duas vezes, mesmo apoiando outro candidato a presidente da República.

E também não quer enfrentamento com o presidente Jair Bolsonaro.

Para se manter nessa posição, André acaba sacrificando a pré-campanha de Simone Tebet, que é de seu partido e de Mato Grosso do Sul.

Além de não se engajar para viabilizar eleitoralmente o nome de Simone no Estado, André não faz nenhum esforço para envolver a base do seu partido na luta em favor da senadora.

Simone sabe muito bem as razões da falta desse comprometimento de André com a sua pré-candidatura. Ela identificou esses sinais com os movimentos de André em seus contatos políticos.

O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, principal fiador da pré-candidatura de Simone a presidente da República, já foi informado dos problemas do partido no Estado por causa da posição do André.

“ENGASGADO”

Até hoje André Puccinelli não aceitou a desistência de Simone, poucos dias depois de a sua candidatura ser homologada na convenção do MDB, de concorrer ao governo do Estado nas eleições de 2018.

Na época, André era o candidato do partido. Mas acabou sendo preso pela Polícia Federal nas vésperas da convenção da legenda.

Na cadeia, ele se reuniu com Simone para que ela o substituísse na disputa eleitoral. Ela aceitou a missão. Mas dias depois renunciou, alegando questão familiar. André Puccinelli não acreditou na justificativa e teria ficado muito irritado com a senadora.

Para o MDB não ficar fora da disputa, André chamou o então presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, para uma reunião no presídio. Lá, ele convenceu o deputado a sacrificar a sua candidatura à reeleição para concorrer ao governo do Estado.

Mochi aceitou o pedido de André para não deixar o partido órfão nem prejudicar a chapa de deputado estadual e de deputado federal.

Nessa disputa, Mochi nem sequer passou para o segundo turno. Ficou longe disso. A campanha ficou polarizada entre o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT).

Azambuja acabou sendo reeleito, batendo Odilon nas urnas. Hoje, Odilon é pré-candidato ao Senado pelo PSD na chapa do ex-prefeito de Campo Grande Marcos Trad.

Curiosamente, em 2018, Marquinhos aliou-se a Azambuja para ajudar a derrotar Odilon. Hoje, os dois são parceiros contra o candidato de Azambuja, Eduardo Riedel.

Senadora não aceita ser coadjuvante

A senadora Simone Tebet já demonstrou estar irredutível quanto ao seu protagonismo nas eleições que serão realizadas este ano.

Ela recebeu convite para se unir ao ex-governador de São Paulo João Doria e também ao pré-candidato Ciro Gomes. Simone recusou ambos os chamados para concorrer como vice-presidente. 

CORREIO DO ESTADO