Possibilidade de adoção do voto impresso divide opiniões de deputados
Os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul não tem um consenso sobre a possibilidade de implantação do voto impresso nas eleições. Enquanto alguns parlamentares consideram as urnas eletrônicas inseguras e sujeitas aos ataques de hackers outros acreditam que o aparelho é símbolo de avanço tecnológico. O mesmo vale para o voto por meio de papel.
Representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviaram, nesta semana, um parecer técnico ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que informavam sobre os riscos da adoção do voto impresso e consideravam a atitude um “retrocesso”.
Para o deputado Eduardo Rocha (MDB), a adoção do voto impresso não é retrocesso. “Até porque em lugar nenhum você vê voto eletrônico. Ninguém quis comprar a ideia do Brasil, só a Venezuela”, disse.
Rocha disse já ter presenciado fraude no voto impresso, “mas é um ou dois”, disse ele, comparando com a proporção dos danos que podem ser causados com fraudes em urnas eletrônicas.
O deputado disse ainda que, para as eleições deste ano a mudança é inviável, mas seria bom pensar na possibilidade para as futuras.
Opinião semelhante é do deputado Herculano Borges Daniel (SD). “Sem dúvida não é retrocesso”. Ele acredita que, com o voto impresso, a possibilidade de fraude é menor, há mais transparência e fidedignidade nas eleições. “Não vejo problema nenhum voltar para o impresso”.
Sobre o tempo maior de apuração, ele opinou não ser um problema se isso garantir a fidelidade dos resultados.
João Grandão (PT) concorda com o parecer dos técnicos do TSE. “Não é porque o mundo não valoriza nossa tecnologia que temos que retroceder”, finalizou.
Por MARESSA MENDONÇA E IZABELA JORNADA - Correio do Estado
Foto: Victor Chileno/ALMS