Por pacificação, Sérgio de Paula pode assumir comando do PSDB

17/04/2019 00h00 - Atualizado há 5 anos
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Divulgação

As candidaturas dos deputados federais Beto Pereira e Rose Modesto a presidente regional do PSDB serão “rifadas” por falta de consenso. Os dois poderão sair da disputa para apoiarem o secretário especial de Articulação Política do Governo, Sérgio de Paula, ao comando do partido. 

Tanto Beto quanto a Rose preferiam o enfrentamento ao entendimento e essa disputa estava contaminando as bases do PSDB. O racha estava ganhando contorno com o envolvimento das bases. Mas o governador Reinaldo Azambuja agiu rápido com seus conselheiros políticos para indicar Sérgio de Paula como solução para o consenso. Assim, não haveria risco da crise pontual entre Beto e Rose se alastrar por todo o ninho tucano.

Beto buscava a reeleição de presidente do partido. Ele foi eleito com aval de Azambuja. Mas desta vez o governador não poderia tomar parte para evitar o aumento da insatisfação das bases. Os simpatizantes da Rose e Beto já estavam em clima de guerra.

A indicação de Sérgio de Paula seria o meio encontrado para pacificar as bases. O secretário especial do governador conhece muito bem a militância do PSDB justamente por ser o articulador político. Ele sempre manteve contato direto com as lideranças das bases do partido.

A deputada Rose Modesto reconheceu a dificuldade nas negociações com Beto para fechar o consenso. A resistência era dos dois lados. Ninguém abria mão para apoiar o outro. “Na verdade, nós tivemos uma conversa, eu e o Beto e não há um consenso entre nós”, afirmou.

Rose abriu o jogo. “Eu não quero deixar de disputar e nem ele”, disse a parlamentar.

Rose ressaltou as articulações das lideranças do PSDB de buscar o entendimento. Mas não está fácil. A deputada explicou as razões para por não sair da disputa para apoiar Beto. “Como eu já abri mão no passado, ele (Beto) teria de abrir mão”, afirmou, referindo-se ao atual presidente de renunciar a sua candidatura para apoiá-la.

A deputada admitiu a indicação de terceira via para pacificar o partido e ser o nome de consenso. Ela disse não estar disposta a criar embaraços para o partido nessa fase de articulação política em busca de entendimento. “Não quero prejudicar o PSDB, se tiver terceira via, não será eu que vou atrapalhar isso”, afirmou.

Rose não está disposta a abrir mão para Beto. Isso é ponto pacífico. Ela ouviu de lideranças do PSDB de buscar outro nome de consenso para a presidência. “Aí elas vão escolher outro nome”, afirmou. Esse nome colocado ontem em evidência foi de Sérgio de Paula.

A deputada acredita que até a próxima semana o partido irá definir de uma vez por toda o nome de consenso. “Tem que ser alguém que conta com aval de todas as lideranças, inclusive eu e do Beto, para definir a terceira via”, afirmou.

O governador Reinaldo Azambuja aposta no seu braço-direito político Sérgio de Paula para comandar o PSDB em momento de definição para eleições municipais em 2020. A meta do partido é garantir, mais uma vez, a maioria das prefeituras e dos vereadores em Mato Grosso do Sul. 

Com as eleições municipais, o partido pretende construir grande base política e eleitoral para a sucessão estadual em 2022.

Beto foi procurado e não encontrado para falar sobre a indicação de Sérgio de Paula para terceira via na disputa pela presidência do partido em Mato Grosso do Sul.

Por ADILSON TRINDADE E YARIMA MECCHI

 Foto: Álvaro Rezende / Arquivo / Correio do Estado

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