Políticos terão R$ 4,9 bilhões para gastar na campanha

22/12/2021 14h18 - Atualizado há 2 anos

Recursos utilizados para financiar como campanhas para governador, prefeito, senador e deputado

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- Foto: Adriano Machado / Reuters

Celso Bejarano

Agora é oficial, a Câmara dos Deputados e o Senado, na última sessão do ano, ontem, ampliar a verba do fundo eleitoral, o conhecido Fundão, para as campanhas eleitorais de 2022, de R $ 2,1 bilhões para R $ 4.934 bilhões.

Embora já avançado montante, aprovado boleto pela CMO, colegiado formado por senadores e deputados federais, os parlamentares tinha autorizado, semana passada, o ajuste do Fundão para R $ 5,7 bilhões.

Ou seja, com os reparos de ontem, o fundo eleitoral foi reduzido em R $ 800 milhões.

Depois da CMO, o assunto foi votado pela Câmara. Até o encerramento da edição, a sequência da votação no Senado, mas com a aprovação encaminhada.

Para o deputado federal Dagoberto Nogueira, do PDT de Mato Grosso do Sul, que disse ter votado pelo aumento do Fundão pela democracia brasileira, “sem o Fundo Eleitoral não existe disputa justa”.

“Hoje somos 140 progressistas de 530 deputados. A disputa para a classe trabalhadora é desigual e só é possível melhorar esse cenário com igualdade de condições para que haja lugar e isso só pode ser feito através do Fundo Eleitoral. "

"Gostaria que todos que votaram contrários abrissem mão de utilizar o mesmo nas modificações”, desafiou o parlamentar pedetista.

Antes da criação do Fundão, em 2017, as campanhas eleitorais eram, segundo pesquisas, 70% custeadas por empresas.

O fundo, dinheiro que saiu do bolso dos recursos, surgiu com a intenção de afastar as fraudes na captação de recursos.

A senadora Soraya Thronicke, do PSL, que também votou favorável ao reajuste do Fundão, disse que “sempre fui contra o aumento do fundo eleitoral, mas considero que ele é fundamental para a defesa da democracia brasileira neste momento crítico que vivemos”.

O partido dela, que se unirá ao DEM para formar o União Brasil, terá a maior fatia no Fundão.

Thronicke afirmou, ainda: “entendo que a radicalização, a polarização e o financiamento sujo de campanhas eleitorais são obrigados a reais ao Estado Democrático de Direito”.

"As caixas e caixas de dinheiro apreendidas pela Polícia Federal são a imagem viva de que o mensalão, o petrolão e tantos outros esquemas retroalimentam a corrupção com dinheiro sujo”.

O Correio do Estado tentou ouvir por seguidas vezes a opinião acerca do assunto da senadora do MDB, Simone Tebet, mas não conseguiu.

Semana passada, no dia da votação do Congresso, que aprovou o reajuste, ela não participou da sessão, segundo a assessoria. Ela estaria viajando. Ontem, nova insistida, mas a senadora não respondeu.

“O financiamento público de campanha é crítico agora, porque estamos em um momento em que é preciso recursos em outras áreas, mas ele ainda é uma alternativa melhor ao financiamento privado, que tornava possível esquemas como o Petrolão”, disse o senador Nelsinho Trad ( PSD).

O reajuste do Fundão foi debatido no Congresso desde julho, o período que alguns parlamentares passaram a discordar da ideia, outros, não.

Fábio Trad, deputado federal de MS pelo PSD, enxergava o plano com discórdia.

Por meio das redes sociais, o parlamentar já bradava: “embora seja favorável ao financiamento público, não é justo triplicar o fundo eleitoral em um país com quase 530 mil [hoje em torno de 620 mil] mortos na pandemia."

"33 milhões de pessoas subutilizadas em um contexto sombrio de crise social e econômica. Não é justo. Voto contra [aumento].”

CORREIO DO ESTADO