PGR pede ao STF abertura de dois novos inquéritos para investigar Collor

20/11/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

A Procuradoria Geral da República enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) dois novos pedidos de investigação sobre o senador Fernando Collor (PTB). Os pedidos foram encaminhados diretamente ao gabinete do ministro Teori Zavascki, nesta quarta-feira (18), por ligação com as investigações da Operação Lava Jato, da qual ele é relator do STF.

Os documentos estão sob segredo de Justiça e, por isso, não estão públicas as novas suspeitas levantadas pela PGR relacionadas ao senador. Em ambos, porém, o registro de protocolo no STF cita os crimes de corrupção passiva.

Procurado pelo G1 para comentar os novos pedidos de investigação, o advogado do senador, Rogério Marcolini, informou por e-mail que ainda não teve acesso às peças judiciais.

Em nota à TV Globo, a assessoria de Collor afirmou que a instauração de sucessivos inquéritos para investigar o senador do PTB revela açodamento no oferecimento da primeira denúncia, em agosto. O comunicado também critica os vazamentos de informações do inquérito.

De outro lado, indicam clara estratégia da mesma Procuradoria Geral da República com o objetivo de tentar desgastar a imagem do senador a partir da instauração de múltiplos procedimentos inquisitoriais que, não obstante “sigilosos”, são rotineiramente objeto de vazamentos seletivos de fatos e informações aos quais o pretenso investigado jamais teve acesso e, por isso mesmo, nem a oportunidade de esclarecê-los, ressaltou Collor por meio de sua assessoria.

O senador já foi alvo de perseguição semelhante no passado e provou sua inocência, de modo que iniciativas como essas – emuladas por espírito de retaliação e revanchismo – em nada abalam sua confiança no final triunfo da Justiça, complementou o parlamentar.

Na semana passada, Collor foi alvo de um outro pedido de inquérito, mas pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público), lavagem de dinheiro (ocultação de dinheiro com origem ilícita), além de lavagem de dinheiro. Cada inquérito se relaciona a determinado fato supostamente criminoso que teria ligação com o senador.

Na denúncia de agosto, Collor foi acusado pelo Ministério Público de, supostamente, ter recebido, com um grupo de auxiliares, R$ 26 milhões, entre 2010 e 2014, como pagamento de propina por contratos firmados na BR Distribuidora. Collor sempre negou as acusações.

Em julho, a pedido da PGR, Collor chegou a ter veículos de luxo apreendidos por suspeita de que teria adquirido os bens para lavar dinheiro. O STF quebrou o sigilo de contratos de financiamento para que investigadores analisem como foi feita a compra.

No fim do mês passado, um Lamborghini, um Bentley, uma Range Rover e uma Ferrari foram devolvidos ao senador, para que pudesse conservar os veículos. Os documentos, no entanto, ficaram retidos para aguardar uma decisão sobre a posse dos veículos.

Desde que foi mencionado nas investigações, Collor sempre negou as acusações e disse estranhar a inclusão de seu nome na lista de políticos supostamente envolvidos no esquema.

No dia em que contestou a denúncia de que recebeu R$ 26 milhões em propina, o senador do PTB disse “nada ter a ver” com os fatos a ele imputados. E declarou ter certeza de que “a verdade, mais uma vez, virá à tona”.

Quanto aos carros de luxo, o senador disse que são propriedade de empresas das quais é sócio majoritário e afirmou que é o responsável pelos seus financiamentos. Para ele, a apreensão dos veículos superesportivos foi espetaculosa e midiática.

Fonte: G1