PGR defende “necessidade” que Zé Trovão seja investigado por suposta ameaça a Lula

27/10/2023 08h36 - Atualizado há 1 ano

Procuradoria se manifestou em ação movida pelo deputado Zeca Dirceu (PT)

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Zé Trovão é deputado federal

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a “necessidade” de haver uma investigação sobre supostas ameaças feitas pelo deputado federal Zé Trovão (PL-SC) contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a vice-procuradora-geral Ana Borges Santos, ficou constatada “a necessidade de serem apurados mais detidamente os contornos dos fatos descritos, realizando diligências que permitam ao Ministério Público, com segurança, a opinião a respeito do delito”.

O órgão também solicita que o ministro da Justiça, Flávio Dino, tome ciência sobre o caso e, se achar necessário, solicite uma investigação. Isso faria com que apuração fosse conduzida pela Polícia Federal (PF) e que as diligências fossem realizadas em um prazo de 60 dias.

A manifestação da PGR ocorre após o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), apresentar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em função de um vídeo publicado por Zé Trovão. No vídeo, o deputado catarinense chama Lula de “bandido” e “ladrão”.

“Ô Lula, seu bandido, seu ladrão! Você é um ladrão! Você é um bandido, um ladrão! ‘Descondenado’, que a Justiça, nesse Brasil que não vale nada, te deu salvo contudo pra você sentar numa cadeira presidencial hoje. Bandido bom é bandido na cadeia ou no caixão”, declarou.

A PGR recomendou na representação para o STF que Zé Trovão seja ouvido, e também a anexação de todas as postagens, publicações e mensagens mencionadas por Zeca Dirceu. A vice-procuradora-geral também solicitou o número de visualizações e compartilhamentos da postagem do deputado.

Procurado pela CNN, o deputado Zé Trovão afirmou que “preserva a vida”, mesmo a daqueles que cometem crimes. “Nós temos que respeitar o direito da vida”, disse o deputado.

“Não existem ameaças da minha parte a ninguém. Eu acho isso muito pífio acho que é uma posição muito fraca. Eles vão perder, com certeza vão perder, se a justiça levar ao pé da letra a lei”, concluiu.

Mariana Albuquerque e Teo Cury da CNN