PF faz operação contra crimes eleitorais; bolsonarista Pablo Marçal, que disputou Planalto, é um dos alvos

06/07/2023 04h42 - Atualizado há 1 ano

Investigação apura suposta falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro; Marçal nega irregularidades

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PROS/REPRODUÇÃO

A Polícia Federal de São Paulo realiza nesta quarta-feira (5) a Operação Ciclo Fechado, que apura suposta falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita e lavagem de dinheiro nas eleições de 2022. Um dos alvos é o coach e influenciador Pablo Marçal, que foi candidato à Presidência da República pelo PROS. Em uma postagem nas redes sociais, Marçal disse que está à disposição da Polícia e que acredita na Justiça Eleitoral.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e nas sedes das empresas supostamente envolvidas, nos municípios de Barueri e Santana de Parnaíba, em São Paulo. Segundo comunicado da PF, Marçal e seu sócio "realizaram doações milionárias às campanhas, sendo que boa parte desses valores foi remetida posteriormente às próprias empresas das quais são sócios".

Com mais de 5 milhões de seguidores nas redes sociais, Marçal foi eleito deputado federal no ano passado, mas teve a sua candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Polêmicas

O nome do coach esteve envolvido em diversas polêmicas nas últimas semanas. Na quarta-feira passada (28), o técnico audiovisual Celso Guimarães Silva, de 49 anos, morreu após ter sofrido uma descarga elétrica e caído de uma altura de 4 metros durante evento em um estúdio do coach, na região de Alphaville, em São Paulo.

Antes de morrer, o técnico gravou um vídeo em que explicava como o acidente havia ocorrido. “Coloquei o tubo de lado, recebi uma descarga elétrica de 220 volts, caí da escada e só me lembro que depois estava no hospital. Agora, estou com dor em tudo que é lado, costelas, coluna comprometida, é isso”, relatou.

Já no começo de junho, o jovem Bruno Teixeira, de 26 anos, morreu após ter sofrido uma parada cardíaca durante uma maratona promovida pela XGrow, grupo empresarial comandado por Marçal. O desafio de 42 km de corrida foi proposto de última hora — inicialmente, estavam previstos apenas 21 km. Em homenagem ao funcionário, o coach motivacional escreveu o nome do rapaz em um tênis de corrida. A família de Bruno repudiou a homenagem.

Em 2022, o nome do influenciador ganhou as manchetes após ele ter ficado preso, com dezenas de seguidores, em uma trilha do Pico dos Marins, na serra da Mantiqueira, no interior de São Paulo. O grupo se perdeu no local, a quase 2.500 metros de altitude, e precisou ser resgatado por militares do Corpo de Bombeiros em meio a ventos de 100 km/h. A iniciativa era parte de um curso de autoajuda ministrado por Marçal.

 Giselle Santos, do R7, em Brasília