PF fará fiscalização “rigorosa” em CACs, diz Lewandowski após crime em Novo Hamburgo
Transferência de registros do Exército para a PF está prevista para o fim do ano; ministro lamenta atentado em RS
O atentado ocorrido em Novo Hamburgo (RS) é resultado da “proliferação indiscriminada de armas de fogo” no país, disse, nesta terça-feira (23), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Lewandowski declarou que sua pasta está trabalhando para, a partir de 31 de dezembro, “reexaminar” a emissão de registros e fiscalização para controle de armas para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). Nesta data, ocorrerá a transferência da supervisão do armamento civil do Exército para a Polícia Federal (PF).
“É lamentável o que aconteceu em Novo Hamburgo. A nosso ver, isso é resultado da proliferação indiscriminada de armas de fogo que existe na sociedade brasileira”, comentou Lewandowski após evento no Ministério da Justiça.
"Somos contra essa proliferação de armas, entendemos que elas têm que ser reduzidas, têm que ser controladas, muito bem fiscalizadas", Ricardo Lewandowski
O controle sobre a fiscalização dos CACs foi retirado das Forças Armadas pelo decreto de armas assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em julho de 2023.
Atentado no RS
O homem que matou o pai, o irmão e um policial e deixou nove pessoas feridas em Novo Hamburgo tinha registro de CAC, segundo a investigação. O suspeito foi morto pela polícia na manhã desta quarta (23).
“Com relação aos CACs, até o dia 31 de dezembro é uma responsabilidade do Exército. Por força de um decreto presidencial, a partir dessa data, isso virá para o nosso ministério, ficará sob a fiscalização da Polícia Federal, que é estritamente rigorosa”, disse o ministro.
Lewandowski declarou que a fiscalização será ainda mais rigorosa. “Vamos reexaminar, reavaliar a situação de cada um dos CACs e vamos fazer uma triagem rigorosa para saber se a pessoa que se diz filiada a esses CACs tem antecedentes, se tem condições psicológicas e técnicas para portar uma arma”.
Patrícia Nadir e Gabriel Garcia, da CNN , Brasília