PF deve concluir inquérito contra Zambelli e Delgatti nesta semana, dizem fontes

29/02/2024 04h36 - Atualizado há 2 mêses

Investigação apura invasão ao sistema do CNJ e inserção de falso mandado de prisão contra o presidente do TSE, Alexandre de Moraes

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O hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)

Estadão Conteúdo e Agif

A Polícia Federal (PF) deve concluir nesta semana o inquérito que apura a inserção de falso mandado de prisão contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

Nesse inquérito, são investigados o hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Outro hacker, Thiago Eliezer Martins Santos, e assessores da parlamentar também figuram na investigação.

A PF avalia que todas as provas já foram levantadas e os depoimentos dos envolvidos colhidos. Agora, a equipe de investigadores se debruça sobre a representação que deve ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), com indiciamentos.

Em ocasiões anteriores, Delgatti afirmou que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a pedido da deputada Zambelli. E que ela foi a responsável por repassar o mandado de prisão falso para inserção no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), do CNJ.

O hacker, que ficou conhecido por vazar conversas de procuradores da Lava Jato, disse que recebeu pagamentos pelo serviço. A PF achou o rastro dos pagamentos.

Carla Zambelli já negou que tenha contratado Delgatti com essa finalidade e disse que os pagamentos – via assessores – eram referentes a um trabalho para o site dela como parlamentar.

Na invasão ao sistema do CNJ, houve também inserção de dez alvarás de soltura. Delgatti informou à PF, porém, que essa fraude não foi feita por ele, mas sim pelo parceiro dele, Thiago Eliezer Martins Santos, outro hacker que já foi preso em 2019 na operação Spoofing, a mesma em que Delgatti foi detido pela primeira vez após hackear autoridades brasileiras.

Último depoimento

O hacker Thiago Eliezer prestou depoimento na tarde desta terça-feira (27) à Polícia Federal em Brasília.

A CNN apurou que foi uma oitiva rápida, com cinco perguntas, e que durou cerca de 40 minutos. Abordada pela reportagem na saída da sede da PF, a defesa preferiu não se manifestar.

Esse depoimento é considerado o último para encerrar a investigação.

Prisão

Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, foi preso em 2 de agosto do ano passado pela Polícia Federal pela terceira vez.

Delgatti confirmou, em depoimento à PF, que acessou o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e fez a inserção do falso mandado de prisão em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Elijonas Maia da CNN