PF descobre nova joia negociada por aliados de Bolsonaro nos EUA

12/06/2024 04h33 - Atualizado há 5 mêses

Diretor-geral da corporação explicou que fato vai ‘robustecer relatório policial’ contra ex-presidente, a ser entregue em junho

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(MARCOS CORRÊA/PRESIDÊNCIA)

A Polícia Federal confirmou que descobriu uma nova joia supostamente relacionada ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante buscas realizadas pela corporação nos Estados Unidos. O objeto teria ligação com as investigações de um suposto esquema de venda de presente recebidos pelo ex-presidente. De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, os agentes também teriam encontrado um vídeo que mostra uma pessoa próxima a Bolsonaro tentando vender a joia, até então desconhecida pelas autoridades brasileiras. Rodrigues diz que isso deve “robustecer relatório policial” contra Bolsonaro. A conclusão do inquérito deve acontecer em junho, e o ex-presidente e aliados dele devem ser indiciados.

A Polícia Federal descobriu que, em 30 de dezembro de 2022, joias foram transportadas para os Estados Unidos dentro do avião presidencial de forma oculta. Naquele dia, Bolsonaro saiu do Brasil para não participar da cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente. Bolsonaro só voltou ao país em março de 2023.

Em agosto do ano passado, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes autorizou o Ministério da Justiça e Segurança Pública a solicitar ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos a ajuda do FBI, a Polícia Federal dos EUA, no caso.

Apesar de Bolsonaro e a mulher, Michelle Bolsonaro, não terem sido alvo de operação sobre as joias, o relatório de investigação mostra que pode haver relação direta deles com o caso. O uso de um avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e as mensagens que organizam a entrega “em mãos” de US$ 25 mil ao ex-presidente estão entre os indícios encontrados pela PF.

Em agosto do ano passado, a corporação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligada ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente. O general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi um dos alvos da operação.

Eles são suspeitos de vender joias e presentes oficiais recebidos por Bolsonaro. Segundo a PF, eles teriam utilizado “a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior”.

Natália Martins, da RECORD