Pela 1ª vez, MDB já admite que pode até indicar vice do PSDB em Campo Grande
No entanto, caso André Puccinelli estiver bem nas pesquisas até dezembro, o partido manterá a sua candidatura
Pela primeira vez desde a aliança firmada com o PSDB em 15 de maio, durante reunião com a cúpula tucana em Campo Grande, o MDB admitiu que pode até indicar um vice para compor a chapa encabeçada pelo aliado na disputa pela Prefeitura de Campo Grande nas eleições municipais do ano que vem.
Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o MDB deve aguardar até dezembro para saber se o candidato do PSDB, deputado federal Beto Pereira, vai conseguir melhorar nas pesquisas de intenção de voto em relação ao ex-governador André Puccinelli. Caso contrário, o partido vai manter o nome do presidente de honra para disputar o pleito em 2024.
As lideranças do MDB também consideram perfeitamente viável que o PSDB possa indicar o vice na chapa encabeçada por Puccinelli nas eleições municipais ano que vem, pois a aliança fechada em maio se trata de uma via de mão dupla, cujo objetivo final é a reeleição do governador Eduardo Riedel em 2026.
Por enquanto, Puccinelli segue construindo a viabilização do seu nome para ser o candidato emedebista na disputa pelo cargo máximo do Executivo campo-grandense em 2024.
“O comportamento dele nesse momento é de quem está em campanha para ser novamente prefeito da Capital. Agora, é claro que, depois do que aconteceu nas eleições para governador de 2022, ele está mais cauteloso”, revelou certa fonte ouvida pelo Correio do Estado.
Essa mesma pessoa reforçou à reportagem que o acordo fechado com o PSDB é de fato reeleger Eduardo Riedel, fazendo aliança nos municípios onde for possível – e Campo Grande está dentro desse trato.
“O alto índice de rejeição de Puccinelli, principalmente em Campo Grande, faz com ele seja mais cauteloso. Porém, se Beto Pereira não crescer nas pesquisas, ficando atrás até da [atual] prefeita Adriane Lopes [PP], é possível fechar uma aliança com Puccinelli, sendo ele o vice-prefeito, mesmo tendo o mandato de deputado federal”, pontuou a fonte, ressaltando que a ex-deputada federal Marilu Guimarães já fez isso no passado.
No entendimento das lideranças do MDB, até o início de 2024 o partido já terá essa questão definida na Capital e nos principais municípios do interior, a fim de que as convenções de junho de 2024 sejam apenas para a ratificação dos nomes definidos.
Essa mesma fonte ouvida pelo Correio do Estado salientou que o comportamento de Puccinelli no atual contexto já é de pré-candidato.
Contudo, ele tem experiência suficiente para saber qual será o melhor caminho, ou seja, se candidatar em 2024 ou indicar um outro nome do MDB para ser o vice na chapa encabeçada pelo PSDB.
Na avaliação da cúpula do MDB, os peessedebistas consideram importante o partido chegar forte para apoiar a reeleição de Eduardo Riedel no governo estadual. Portanto, poderá ocorrer de Puccinelli indicar o vice de Beto Pereira, dependendo apenas de quem estiver melhor nas pesquisas até o fim do ano.
Durante a convenção que elegeu o ex-senador Waldemir Moka como presidente do MDB em Mato Grosso do Sul, Puccinelli disse à imprensa que pode sim indicar um vice para o PSDB e vice-versa.
O atual mandatário do MDB no Estado também afirmou à imprensa que André Puccinelli tem a palavra final em Campo Grande para as eleições de 2024.
DANIEL PEDRA
CORREIO DO ESTADO