PDT e União Brasil têm dificuldade para montar chapa
Partidos ainda não conseguiram montar uma chapa competitiva para o Legislativo; Dagoberto Nogueira cogita mudar de sigla
EDUARDO MIRANDA
A proibição das coligações poderá complicar os planos de políticos e partidos tradicionais de Mato Grosso do Sul.
O PDT é um dos partidos que, embora tenha uma quantia do Fundão Eleitoral para gastar, enfrenta dificuldade para encontrar nomes para concorrer, situação semelhante ocorre no União Brasil, que, mesmo sendo a agremiação com a maior fatia do Fundão, ainda esconde o jogo sobre sua chapa para deputados federais.
O drama da falta de nomes para servir de plataforma aos partidos para elegerem representantes no Congresso e na Assembleia Legislativa atinge em cheio o deputado federal Dagoberto Nogueira Filho (PDT).
O parlamentar já confirmou seu apoio ao pré-candidato ao governo Eduardo Riedel (PSDB), mas encontra dificuldade em encaixar seu partido, que está no espectro da centro-esquerda, na aliança que deve contar com o PP da ministra da Agricultura e pré-candidata à senadora, Tereza Cristina, e com o PL do presidente da República, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.
Nesta semana, a última da janela partidária, Dagoberto Nogueira está colocando em curso duas opções: a primeira, de tentar recrutar nomes para sua chapa para deputado federal e ajudar a viabilizar sua reeleição, ou a de transferir para um partido de centro-direita, mais alinhado com o grupo de Riedel.
O PSDB, já repleto de nomes que poderão ter boa votação, é uma opção de Dagoberto.
O Correio do Estado apurou que o deputado já recebeu o aval do comando do PSDB para conseguir a filiação de um pré-candidato do partido de Corumbá, que ainda está com os tucanos, e também de outro pré-candidato a deputado, sem partido, mas do grupo de Riedel, que estaria disposto a ir para o PDT.
Com o fim das coligações, todos os candidatos do PDT precisam ultrapassar os 100 mil para começarem a sonhar com um lugar garantido na Câmara dos Deputados.
O drama vivido por Dagoberto mostra como o PDT definhou em quatro anos no Estado. Nas eleições passadas, o partido levou o juiz aposentado Odilon de Oliveira ao segundo turno contra Reinaldo Azambuja, elegeu Dagoberto à Câmara e Jamilson Name à Assembleia Legislativa.
Desses nomes citados, somente o deputado federal segue no partido.
Neste ano, para a Assembleia Legislativa, o PDT recebeu ontem a filiação do deputado estadual Lucas de Lima, que tentará a reeleição.
MISTÉRIO
No União Brasil – partido que tem a deputada federal Rose Modesto como pré-candidata ao governo de Mato Grosso do Sul –, a tática adotada nesta semana é a do mistério para compor sua chapa de deputados estaduais.
Na semana passada, o partido chegou a estreitar os laços com o ex-senador Pedro Chaves, para que ele fosse vice de Rose. Depois de a notícia ter sido publicada pelo Correio do Estado, a articulação do PSDB entrou em ação e manteve Chaves na aliança em torno de Eduardo Riedel.
Depois desse episódio, a única certeza é de que Rinaldo Modesto, ex-tucano e agora no Podemos, estará ao lado da irmã nas eleições. (Colaborou Adilson Trindade)
Janela partidária termina amanhã
O prazo para os parlamentares que desejam trocar de partido termina nesta sexta, 1º de abril. Quem ocupa cargo no Executivo tem até sábado (2) para sair.
CORREIO DO ESTADO