Partido de Bolsonaro fecha as portas para a pré-candidatura de Puccinelli
O ex-governador convocou para hoje à tarde uma reunião com as lideranças do MDB para comunicar a desistência
A reunião que o ex-governador André Puccinelli (MDB) teve, na semana passada, em Brasília (DF), com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, teria sido determinante para que a pré-candidatura do emedebista ao cargo de prefeito de Campo Grande naufragasse.
De acordo com informações obtidas pelo Correio do Estado, Valdemar Costa Neto confirmou a André Puccinelli o que o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), já tinha falado para o presidente estadual do partido no Estado, deputado federal Marcos Pollon.
Ou seja, que a legenda está fechada com o PP da senadora Tereza Cristina em Campo Grande, portanto, o PL vai trabalhar para a reeleição da atual prefeita Adriane Lopes na capital sul-mato-grossense.
Em outras palavras, o presidente nacional do PL fechou de vez as portas para uma possível aliança com o MDB de André Puccinelli em Campo Grande e, em razão disso, o ex-governador repensou a manutenção da pré-candidatura.
Nesse sentido, André Puccinelli convocou, para as 15 horas de hoje, uma reunião no diretório do MDB em Campo Grande com as principais lideranças da legenda, bem como os pré-candidatos a vereador para comunicar, provavelmente, sua desistência.
Além disso, o ex-governador deve aproveitar a oportunidade para anunciar o apoio à pré-candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) a prefeito de Campo Grande e também que vai disputar uma cadeira de vereador na Câmara Municipal, com o Correio do Estado já tinha revelado.
Segundo a reportagem apurou, ele deve convocar uma coletiva de imprensa para tornar pública sua desistência de sair candidato a prefeito da Capital, a decisão de ser pré-candidato a vereador e o apoio ao PSDB em Campo Grande.
A escolha por comunicar o novo rumo agora é para não tirar o foco do ato político agendado para a próxima sexta-feira, às 18h30, no espaço localizado na Avenida Calógeras, nº 950, no Centro de Campo Grande, quando o deputado federal Beto Pereira dará o pontapé oficial à pré-candidatura a prefeito da Capital.
Na ocasião, também estarão presentes o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja, e representantes dos partidos que já declararam apoio a Beto, como Cidadania, PSB, Podemos, Republicanos e PSD.
“AMARELADA”
Caso ele confirme mesmo a saída da disputa pela cadeira de chefe do Executivo municipal, será a terceira “amarelada”, já que a primeira foi em 2002, quando abriu mão de disputar o cargo de governador contra o desafeto Zeca do PT, que buscava a reeleição, e indicou a ex-senadora Marisa Serrano, que acabou derrota. A segunda “amarelada” foi em 2020, quando preferiu lançar o deputado estadual Márcio Fernandes para tentar impedir a reeleição do então prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, que na época era do PSD e hoje está no PDT, mas o candidato de Puccinelli mais uma vez foi derrotado.
Agora, o ex-governador vai desistir pela terceira vez de uma disputa eleitoral porque, conforme o próprio pré-candidato, as reuniões em Brasília na semana passada não deram resultado. Na capital federal, ele foi em busca de mais recursos do MDB Nacional, da aliança com o PL e do apoio do Solidariedade.
Conforme apurou o Correio do Estado, o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, refutou mandar mais dinheiro para a campanha de André, enquanto o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, avisou que o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, decidiu em fazer aliança com o PP da senadora Tereza Cristina, apoiando a reeleição da prefeita Adriane Lopes.
Quanto ao Solidariedade, as informações de bastidores são de que o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, estaria mais próximo do PSDB em Campo Grande do que do MDB, mesmo tendo como vice-presidente estadual o advogado André Puccinelli Júnior.
DANIEL PEDRA
CORREIO DO ESTADO