Parlamaz: Nelson Trad é eleito presidente do Parlamento da Amazônia
O bloco reúne oito países que têm território no bioma: Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana, Equador e Guiana Francesa.
Clodoaldo Silva
No ano em que houve a maior área destruída na Região Amazônica na última década, foram retomados nesta segunda-feira (21) os trabalhos do Parlamento Amazônico (Parlamaz), que esteve por oito ano desativado. O senador sul-mato-grossense Nelson Trad Filho (PSD-MS) foi eleito presidente do colegiado, que reúne oito países que têm território no bioma: Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana, Equador e Guiana Francesa.
Nos primeiros oito meses do ano, a área de mata nativa da Região Amazônica Brasileira que foi destruída chega a 5.190 km² 23% a mais do que o ano passado, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, que coordena o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon. Só em agosto, o desmatamento subiu 68% em comparação, com o mesmo período do ano passado. Foram 1.499 km² de floresta destruída num único mês, o número mais alto dos últimos 10 anos.
Logo após ser eleito por aclamação para comandar o colegiado, Trad afirmou que “a nossa pauta principal neste momento é a proteção do nosso imenso patrimônio, constituído pela Floresta Amazônica. São 7 milhões de quilômetros quadrados de pura riqueza, a região de maior biodiversidade do planeta”, explicando que “nossa intenção é dar voz às populações nativas, oferecer não uma obra passageira, mas uma contribuição definitiva que se perpetuará no tempo. A reinstalação do Parlamaz significa um passo importante, e os resultados poderão impactar de modo decisivo e firme o nosso futuro”.
Na reunião remota do colegiado hoje, como primeiro ato na função de presidente, Trad determinou que até 21 de janeiro os membros indiquem candidatos para a vice-presidência e apontamentos para o plano de trabalho do grupo. A data da próxima reunião do Parlamento Amazônico ainda não foi definida.
Criado há 31 anos, em 1989, O Parlamaz funcionou por alguns anos, mas acabou desmobilizado. A ideia de reativá-lo, depois de oito anos na completa inatividade, voltou em 2019, após uma reunião dos países-membros na Embaixada do Equador. Segundo Nelsinho Trad, depois daquele encontro foram realizados debates decisivos para a continuidade do projeto.
Este parlamento tem objetivo de estabelecer políticas integradas e estreitar as relações entre os países-membros na discussão sobre as questões amazônicas, promovendo a cooperação e o desenvolvimento sustentável da região Amazônica.
CORREIO DO ESTADO