Para Pacheco, liminar contra Renan na CPI da Pandemia é “interferência”

27/04/2021 09h27 - Atualizado há 3 anos

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado: "Trata-se de questão interna corporis do Parlamento"

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Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, classificou como uma “interferência” a decisão de um juiz federal de Brasília que pretende impedir a nomeação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI da Pandemia. Para Pacheco, a liminar concedida pelo juiz Charles Frazão de Morais, da 2ª Vara Federal Cível da Justiça de Federal do Distrito Federal, fere a harmonia e a independência entre os Poderes.

“A escolha de um relator cabe ao presidente da CPI, por seus próprios critérios. Trata-se de questão interna corporis do Parlamento, que não admite interferência de um juiz. A preservação da competência do Senado é essencial ao Estado de direito. A Constituição impõe a observância da harmonia e independência entre os Poderes”, escreveu Pacheco em nota.

A comissão parlamentar de inquérito deve ser instalada nesta terça-feira (27) às 10h. Na noite de segunda (26), sete dos 11 integrantes titulares da CPI e mais um suplente se reuniram para confirmar a indicação do senador Omar Aziz (PSD-AM) para presidir o colegiado. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) deve ocupar a vice-presidência, e Renan Calheiros, a relatoria da comissão.

Pouco antes do encontro, o senador Randolfe Rodrigues classificou a liminar contra o senador Renan Calheiros como uma “decisão esdrúxula”.

— É uma liminar cloroquina: tratamento precoce, sem eficácia comprovada e com efeitos colaterais gravíssimos. Não resiste e é uma interferência indevida — afirmou.

Randolfe disse ainda que até o final desta semana a CPI da Pandemia deve definir o comando do colegiado, nomear o relator, aprovar o plano de trabalho e apreciar os primeiros requerimentos. Ele defende a convocação dos três ex-ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro (Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello), além do atual titular da pasta, Marcelo Queiroga.

— CPI não convida. CPI convoca. Todos compareceriam para prestar depoimentos como convocados, na condição de testemunhas. CPI tem que ser imune a pressões. CPI persegue fatos, não persegue pessoas. Os fatos podem levar à responsabilização de pessoas — afirmou.

Além dos ministros que comandaram a Saúde durante a pandemia de coronavírus, Randolfe Rodrigues defende a convocação de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do Presidência da República. Em entrevista à revista Veja, ele afirmou que houve “incompetência” e “ineficiência” de gestores da pasta para negociar a compra de vacinas.

Fonte: Agência Senado